Equipados a rigor, entoando cânticos e puxando pelos seus “ídolos”, a claque dos pequenos jogadores do Atlético de Madrid faz-se notar durante os jogos de pré-escolas da equipa espanhola no Mundialito de futebol, em disputa no Algarve.
Composta por pais e familiares das crianças, com idades entre os sete e oito anos, a claque “colchonera” não poupou apoio à equipa, comemorando cada golo dos 9-1 com que “esmagou” o São Luís, de Faro, como se de um encontro profissional se tratasse.
No complexo desportivo de Vila Real de Santo António, onde se disputa a 18.ª edição da prova, que reúne 3.500 crianças de 157 equipas de 30 países, um dos pais explicou à agência Lusa que “é habitual as famílias juntarem-se para acompanhar os jogos fora”.
«Viemos de propósito de Madrid para acompanhar os jogos. Pusemos férias e estamos cá toda a semana a apoiá-los», afirmou Andrés Ruiz.
Interrompendo a conversa cada vez que havia uma jogada de perigo para ver se surgia mais um golo, Ruiz explicou que o futebol foi uma opção do filho e assegurou que não é «um daqueles país que forçam os filhos a jogar» para se tornarem "craques".
«Nós gostamos que ele faça desporto e o futebol foi a sua opção. É adepto do Atlético e eu respeito a sua escolha. O dia em que não quiser jogar mais, não haverá problema», acrescentou.
Andrés Ruiz considerou importante a presença dos pais durante a prova, porque «as crianças ficam muito satisfeitas».
Igualmente trajando as cores “colchoneras” estava Roberto Duque, também pai de uma criança, que interrompeu a merenda de rabanadas que a mulher oferecia à claque enquanto decorria o encontro para falar à Lusa.
«Meti a semana de propósito para vir acompanhá-lo. Geralmente, todos os que podemos acompanhamos os jogos», disse este empresário da hotelaria, confessando que, por ser chefe, tem mais facilidade em deixar o trabalho por uma semana para estar lado do filho durante o torneio.
Duque, residente em Toledo, a cerca de 70 quilómetros de Madrid, considerou que o Mundialito «é uma experiência muito boa para eles, porque ficam muito entusiasmados e têm oportunidade de jogar contra grandes equipas».
Do outro lado da bancada do estádio municipal de Vila Real de Santo António estava a portuguesa Mónica Gomes, mãe de um dos jogadores da equipa de infantis do FC Porto, crianças com 11/12 anos, que também costuma deslocar-se cada vez que o filho joga fora.
«Metemos férias e viemos ver o torneio. Costumamos vir todos juntos. Desta vez, como é perto, viemos cada um no seu carro, mas quando é no estrangeiro organizamo-nos e vamos todos juntos», explicou, referindo-se aos outros pais que formavam a claque portista.
Apesar de as crianças gostarem de ter familiares presentes, Mónica Gomes explicou que o clube «não faz questão, porque não deixa ficar no mesmo hotel nem junto deles», política que não lhe parece mal.
«Eu acho bem. Ajuda-os a ser mais responsáveis e a respeitar os outros e é bom para a sua formação», acrescentou, frisando que «os pais também são incentivados a comportarem-se bem, porque se não o fizerem dão um mau exemplo e os jogadores é que são castigados».
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