O Benfica é o primeiro clube a garantir um lugar na quinta eliminatória da Taça de Portugal em futebol. Os Encarnados foram até ao Restelo (casa emprestada do clube de Alcântara) vencer, esta sexta-feira, o Atlético CP, da Liga 3, por 2-0, com golos de Richard Ríos e Pavlidis (penálti).
Depois de um primeiro tempo para esquecer, onde o emblema da Tapadinha foi melhor, Mourinho fez quatro mexidas ao intervalo, desfez o 3-4-3 para um 4-2-3-1, a equipa cresceu e fez dois golos a meio do segundo tempo.
Na próxima terça-feira, o Benfica vai tentar os primeiros pontos na Liga dos Campeões nos Países Baixos, onde defronta o Ajax, o outro emblema sem pontos na liga milionária.
FOTOS: O Atlético CP vs Benfica em imagens
3-4-2-1: uma experiência não resultou
29 minutos. Esse foi o tempo que o Benfica levou para criar a primeira ocasião de golo diante do Atlético. O tempo é sintomático das dificuldades que os Encarnados sentiram no Restelo, no primeiro tempo, onde os da Tapadinha entraram mais esclarecidos. Sem nada a perder, a equipa do jovem técnico Pedro D'Oliveira (29 anos) entrou destemida, guiada pelo sonho de ser o David contra este Golias, um dos candidatos a vencer a prova rainha do nosso futebol.
Na jogada em questão, o remate de Dedic bateu nas luvas de Rodrigo Dias e saiu ligeiramente ao lado.
Caleb e Joãozinho deram os primeiros sinais com remates sem perigo, mas era a pressão do Atlético ainda no meio-campo Encarnado que sobressaia. Inexplicavelmente, era o Benfica quem estava nervoso, com algumas perdas de bola e maus passes, alguns ainda no seu meio-campo.
Sem poder ligar o jogo com os médios na saída curta, o Benfica era obrigado a sair com pontapés de baliza longos, pelo guarda-redes Samuel Soares, uma das novidades no onze, tal como João Rego e Ivanovic, além do lateral/ala Rodrigo Rêgo que fez a estreia absoluta no Benfica, no 3-4-2-1, uma novidade de José Mourinho.
- Tudo sobre o desporto nacional e internacional em sportinforma.sapo.pt -
Das bancadas ouvia-se o 'Força Benfica, Allez' dos adeptos Encarnados, a tentarem empurrar a equipa para a frente.
Uma arrancada de Délcio desde o seu meio-campo até a área do Benfica (com mau passe) e uma bicicleta, mais tarde, pelo jogador cabo-verdiano, eram avisos mais do que suficientes para o Benfica saber que não teria tarefa fácil. Tinha de fazer muito mais para vergar os homens de Alcântara, mesmo havendo duas divisões a separa-los. Samuel Soares foi chamado a intervir em duas ocasiões para evitar o golo dos da Tapadinha.
A corrida de José Mourinho para os balneários mal Fábio Veríssimo apitou para o fim do primeiro tempo era também sintomático da atuação do Benfica. O técnico sabia que teria muito que falar nos balneários porque o que a equipa tinha mostrado estava longe do que terá preparado nos últimos dias no Seixal.
Só não saíram todos ao intervalo porque a lei não permite
José Mourinho nem hesitou e, ao intervalo, fez quatro mexidas: saíram João Rego, Ivanovic, Enzo Barrenechea e Ivanovic, entraram Samuel Dahl, Leandro Barreiro, Richard Ríos e Schjelderup, para uma segunda parte que se esperava muito diferente por parte do Benfica. A linha de três centrais era desfeita, o Benfica iria atuar num 4-2-3-1.
O crescimento Encarnado foi notório. A equipa tomou finalmente conta do jogo, passou a jogar no meio-campo contrário, criando lances de perigo, embora sem verdadeiras oportunidades de golo. O Atlético passava um mau bocado.
Pedro D' Oliveira utilizou uma espécie de desconto de tempo (assistência ao seu guarda-redes) para dar instruções a quase todos os seus jogadores, face ao crescimento do Benfica, numa altura em que tinha trocado Paulinho por David Herrera.
A melhoria do Benfica foi traduzida em golo, aos 73 minutos. Um canto largo ao segundo poste de Aursnes desmontou a defesa à zona do Atlético e permitiu a Richard Ríos saltar mais alto e cabecear para o fundo das redes, fazendo assim o seu primeiro golo pelo Benfica.
Tardou apenas quatro minutos até surgir o 2-0. Leandro Barreiro foi derrubado na área da equipa de Alcântara por Paulinho. Fábio Veríssimo assinalou grande penalidade, convertida por Pavlidis. O 2-0 destruía por completo as ambições do Atlético no jogo.
Mourinho sabia-o e fez descansar Pavlidis para dar minutos a Henrique Araújo. Pedro D' Oliveira também começou a pensar no duelo com o Belenenses, no próximo fim de semana, para a Liga 3, e lançou Nicolas Souza, Duarte Henriques, Ruben Marques e Okoli, para os lugares de Catarino Pascoal, Bruno Almeida, Ricardo Dias e Délcio.
Nos descontos, Rodrigo Dias defendeu uma grande penalidade marcada por Otamendi, após falta de Duarte Henriques sobre António Silva na área do Atlético.
O Benfica regressa aos triunfos após dois jogos sem vencer e ganha um pequeno balão de oxigénio antes de defrontar nos Países Baixos o Ajax, na 5.ª jornada da Liga dos Campeões. As duas equipas são as únicas sem pontos na Liga Milionária.
Comentários