O antigo futebolista Paulo Futre considera que o FC Porto joga “muito mais” no clássico de quarta-feira com o Benfica, da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, para o qual não vê favoritos.
“Não há favoritos. Há três anos, o Benfica ganhou 2-0 no Dragão e depois é eliminado em casa. Não há favoritos. Normalmente, quando é uma eliminatória a duas mãos, são duas finais. A primeira mão já foi jogada e está o FC Porto a ganhar 1-0, agora falta a segunda, que é aqui no Estádio da Luz, onde tudo pode acontecer”, referiu.
Em declarações à agência Lusa, Paulo Futre lembra que o Benfica tem o campeonato praticamente na mão e está ainda em prova em outras competições, como a Liga Europa, enquanto ao FC Porto resta a Taça de Portugal como grande prova que pode ganhar.
“Por isso, talvez o FC Porto jogue muito mais neste jogo da segunda mão do que o Benfica. Mas, como é óbvio, o Benfica também quer ganhar a Taça, que é um troféu que qualquer jogador quer ganhar”, disse.
Para o antigo futebolista, que jogou nos dois clubes, o Benfica “já no ano passado tinha” equipa para ganhar tudo e que “teve um mérito tremendo chegar onde chegou: a duas finais e a três jornadas do fim estar com quatro pontos à frente do FC Porto”.
“Depois, faltou-lhe a estrelinha para ganhar qualquer competição. Eu acho que este ano o Jesus está a fazer mais rotações do que no ano passado, está praticamente a utilizar o plantel todo. O Benfica tem um plantel de grande qualidade. Está praticamente no mesmo nível do ano passado, mas tem de ganhar. O campeonato está quase na mão e depois está nas outras competições, que também pode ganhar”, referiu.
Lembrando os clássicos que jogou dos dois lados do campo, Futre diz que é um jogo que se vive da mesma maneira nos dois balneários, embora no FC Porto o ambiente que rodeia estes jogos é diferente.
“Não nos podemos esquecer que um jogador do FC Porto é como um rei na cidade. A cidade do Porto vive muito para o clube, enquanto em Lisboa está mais dividido. Talvez o jogador do FC Porto sinta mais pressão do que o do Benfica, pois, quando sai à rua, está a levar com o clássico, não dois ou três dias, mas uma semana, 10 dias antes já está a ouvir tens de ganhar ao Benfica, enquanto no Benfica não é tanto tempo antes”, recordou.
Questionado sobre quem preferia que ganhasse na quarta-feira, Futre preferiu dar uma resposta “politicamente correta”, lembrando que o FC Porto, no qual jogou entre 1984 e 1987, “foi muito importante” na sua vida, pois aprendeu “tudo o que há para aprender”.
“Cheguei lá adolescente e saí de lá um homem, fui campeão da Europa. Tive a sorte de o Pinto da Costa estar muito perto de mim, porque eu era muito miúdo e era uma aposta dele e não podia falhar. Foi muito importante para o que viria a ser a minha vida lá fora”, referiu.
Futre, que jogou na Luz na segunda metade da temporada 1992/93, diz que “foi um orgulho tremendo ter jogado nesse grande clube”, ao serviço do qual nunca perdeu, lembrando a final da Taça de Portugal dessa temporada.
“Penso que o jogo mais completo que fiz foi com a camisola do Benfica, naquela final da Taça com o Boavista. Ganhámos 5-2, marquei dois golos, ganhei um penálti, fiz uma assistência. Foi aquele jogo que sonhas na véspera. Foram cinco, seis meses maravilhosos”, afirmou.
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