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A Comissão de Orientação Estratégica do Comité Olímpico de Portugal defende uma alteração de postura da tutela.
A Comissão de Orientação Estratégica do Comité Olímpico de Portugal (COP) concluiu hoje que existe «excessiva burocratização e carga administrativa» nas suas relações com o Estado, defendendo uma alteração de postura da tutela.
Segundo o órgão que reúne os presidentes de todas as federações membros no COP, bem como o atual presidente e antigos presidentes do organismo, «o resultado é o desvio daquele que deve ser o principal foco das federações, o incentivo e apoio à prática desportiva».
«A alocação, por parte das federações, de recursos e meios necessários ao cumprimento das exigências administrativas do estado assim o dita», defende José Manuel Constantino.
Segundo o presidente do COP, «o problema está no próprio modelo de financiamento do desporto», lembrando que «o IPDJ [Instituto Português do Desporto e Juventude] está sujeito a um controle extremamente rigoroso por parte da Inspeção Geral de Finanças e do Tribunal de Contas» e que esse «é depois naturalmente replicado pelo próprio IPDJ junto das federações».
A alocação de receitas dos jogos sociais às instituições que regem o desporto foi apontada com uma das possíveis soluções, dando uma maior autonomia ao movimento associativo desportivo em Portugal.
O tema da dupla representatividade das federações, no caso pelo COP e a Confederação do Desporto de Portugal (CDP), foi também abordado, sendo inclusivamente debatida a eventual fusão entre os dois organismos.
As federações «deram um sinal claro de que deve haver uma aproximação entre as duas instituições, de modo a definir as áreas de competência exclusivas de cada uma».
Foi ainda discutido o tema da filiação e quotização no COP, sendo que, até à data, os membros (federações olímpicas, não olímpicas e membros extraordinários) não pagam qualquer verba.
Do encontro surgiu a disponibilidade dos presentes para introduzir um sistema de quotas, «tendo sempre em conta o atual contexto económico-financeiro».
«O resultado seria um reforço da autonomia do próprio COP, numa lógica evidente de uma associação ser também financiada pelos seus associados», vinca o organismo.
A Comissão de Orientação Estratégica do COP tem natureza consultiva e assume-se como um fórum de discussão e crítica sobre os eixos de orientação estratégica da instituição.
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