O velocista jamaicano Usain Bolt considera que chegou o seu «tempo» de entrar na história do olimpismo, tornando-se o primeiro homem a vencer os 100 e 200 metros em dois Jogos consecutivos, Pequim2008 e Londres2012.
«Há anos que venho a dizer isto. Este será o momento, o ano em que me coloquei à parte dos restantes atletas do mundo. Houve um monte de lendas, muita gente antes de mim, mas agora é a minha vez», vincou, ao Guardian.
Bolt, de 1,96 metros, entrou para a história pela facilidade como venceu a final dos 100 metros em Pequim2008, com um novo recorde do mundo, apesar de levantar os braços em sinal de vitória bem antes da linha de meta.
O triunfo nos 200 metros, igualmente com recorde mundial, e a ajuda no ouro olímpico nos 4X100 metros tornaram-no na lenda que agora, aos 25 anos, quer imortalizar, confirmando todo o seu potencial em Londres.
A sua preparação algo atribulada culminou em maio com o resultado mais modesto dos últimos três anos nos 100 metros, em Ostrada, e em junho foi derrotado, duas vezes, pelo seu compatriota Yohan Blake, de apenas 22 anos, campeão do Mundo dos 100 metros.
Mais tarde, retirou-se no “meeting” do Mónaco, na Liga de Diamante, alegando um «pequeno problema», o que gerou especulações sobre uma lesão grave – depois esteve envolvido num acidente de carro, mas sem gravidade.
Ainda assim, disse que perder com Blake o fez recuperar a concentração: «É sempre bom perder. Acorda-te. Estou a melhorar em cada sessão de treino. Não tenho outros deveres, preocupações, é tudo treinar, comer e dormir».
«Tenho muito mais tempo e posso colocar mais energia no treino. Sinto-me melhor a cada dia. Desde que me sinta eu próprio, não tenho dúvidas que posso ir aos Jogos Olímpicos e vencer», acrescentou.
Bolt considera que Blake vai ter um verdadeiro teste ao seu valor em Londres2012, num grupo de elite que engloba ainda Asafa Powell e Justin Galtin.
«É uma prova repleta de atletas de alto nível e por isso vai ser um diferente nível de competição para o Yohan. Vai ter muita atenção e isso vai causar-lhe stress. Vai ser realmente um teste para ele enquanto atleta e pessoa. Vamos ver o quão bom ele é», concluiu.
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