O ciclista português Nelson Oliveira ficou hoje ligeiramente abaixo da sua própria expectativa, terminando em 18.º o contrarrelógio individual dos Jogos Olímpicos Londres2012, que elevou Bradley Wiggins ao zénite do desporto britânico.
Com o tempo de 54.41 minutos para cumprir os 44 quilómetros, Nelson Oliveira ficou a 4.02 minutos do novo campeão olímpico e vencedor da Volta a França, falhando por nove segundos o resultado que o deixaria mais satisfeito: terminar no “top-15” e melhorar em relação ao 17.º posto do Mundial de 2011.
«Estava à espera de um bocadinho melhor. Dei o meu máximo na estrada, dei tudo o que tinha. Nos últimos 10 quilómetros, as coisas acabaram por não correr muito bem, mas sei que trabalhei bem para estar aqui nas melhores condições e penso que estive nas melhores condições», reconheceu o português.
Vice-campeão do Mundo de sub-23 em 2009 e medalha de bronze em 2010, o corredor de Anadia fez uma prova muito regular, passando com o 17.º tempo no primeiro controlo intermédio (7,3 km) e 18.ª nos dois seguintes (18,4 km e 29,9 km), num percurso que descreveu como «plano, com uma parte de sobe e desce».
«Aqui, estão os melhores do Mundo de cada país. Estou num ‘top-20’ e isso não é mau, mas penso que poderei melhorar e é nisso que me vou tentar centrar», disse o campeão nacional da especialidade em 2011.
É nesse sentido que aponta também o selecionador, José Poeira: «Tendo em conta a margem de evolução de que o Nelson dispõe, o futuro parece-nos extremamente promissor, até porque os homens que hoje discutiram os primeiros lugares talvez não conseguissem um desempenho tão bom como o do Nelson Oliveira quando tinham a idade dele, 23 anos».
E entre os melhores do Mundo, o maior de todos, hoje, foi Bradley Wiggins, que não defraudou os muitos milhares de britânicos espalhados ao longo de todo o percurso e conquistou a sua sétima medalha olímpica, primeira na estrada, depois de quatro títulos e dois bronzes em pista.
A uma média de 52,113 km/hora, Wiggins percorreu os 44 quilómetros em 50.39 minutos e a autoridade com que se sagrou campeão olímpico ficou expressa na diferença de 42 segundos para o segundo classificado, o alemão Tony Martin (51.21), que negou a “dobradinha” à Grã-Bretanha e relegou Chris Froome (51.47) para o bronze.
Tudo isto perante um público indefetível, que Nelson Oliveira apelidou de «extraordinário», afirmando mesmo que nunca tinha visto igual, tanto hoje como na prova de fundo, em que Portugal conseguiu um 13.º lugar, por Rui Costa. Manuel Cardoso (49.º) e Nelson Oliveira (69.º) completaram a equipa.
Na despedida do ciclismo português dos Jogos, José Poeira diz que a seleção «teve um desempenho global positivo», afirmando que os resultados de Rui Costa e Nelson Oliveira, tendo em conta que «são dois corredores ainda em fase de evolução», abrem «boas perspetivas com vista a futuras competições internacionais de alto nível».
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