Os quatro judocas olímpicos que integram a seleção nacional partiram hoje de manhã para Londres, onde esperam colocar em prática todo o trabalho desenvolvido nos últimos anos, sendo que as principais esperanças de uma medalha recaem sobre Telma Monteiro.
A atleta do Benfica, número dois olímpica e terceira do "ranking" mundial em -57 kg, disse estar "muito bem psicologicamente" e que trabalhou "imenso para estar no máximo" das suas capacidades, mas voltou a refrear as expectativas de conquistar uma medalha.
«Compreendo que exista essa expectativa, derivado dos meus resultados. O que conquistei no passado foi fantástico e, independentemente do que acontecer no dia 30, as pessoas não se devem esquecer disso. Não posso pensar no que alcancei, mas sim no que quero alcançar», afirmou, antes da partida para a capital inglesa.
Telma Monteiro, de 26 anos, confessou estar «muito mais preparada do que há quatro anos», em Pequim2008, e que a presença em Londres «é fruto de muito trabalho e muita superação».
À semelhança de Telma Monteiro, também João Pina vai participar pela terceira vez nos Jogo Olímpicos e deixou a certeza de que o objetivo passa por alcançar o pódio, ainda que o judo seja uma modalidade de difícil previsão.
«Foi para isso que trabalhámos e o objetivo passa por aí [por uma medalha], só que é uma modalidade muito difícil. O judo tem uma série de variáveis que não nos permitem fazer uma projeção de resultado. O primeiro objetivo é alcançar os quartos de final e depois ir passo a passo», referiu o bicampeão europeu, que compete nos -73 kg.
João Pina, que, tal como Telma Monteiro, vai competir no dia 30 de agosto, considera que «há sempre muita pressão numa prova destas», mas o facto de já não ser um estreante fá-lo «saber lidar com isso», mesmo com as elevadas expectativas que foram geradas.
«O judo português tem provado que tem um nível muito elevado e já obteve muitas medalhas. É normal que as pessoas tenham expectativas elevadas e nós estamos cá para corresponder», sublinhou.
Por outro lado, as estreantes Joana Ramos (-52 kg) e Yahima Ramirez (-78 kg) demonstraram alguma ansiedade pela estreia na competição, embora confiantes numa boa prestação.
«Tenho alguma expectativa, mas acho que vou ter surpresas positivas, porque é o culminar de uma carreira, o cumprir de um sonho e espero que volte de lá com algumas alegrias. Preparei-me, tenho noção do meu valor, sei o que posso dar e agora só tenho de provar isso», frisou Joana Ramos, primeira judoca lusa a entrar em prova (29 de julho).
Já Yahima Ramirez, que ocupou uma vaga no quadro continental atribuído à União Europeia de Judo (UEJ), confessou não ter conseguido «dormir esta noite», tal era a emoção do momento «mais importante da carreira».
«Já cheguei ao ‘top’, onde estão as melhores. Não sou favorita ao pódio, mas vou devagar para tentar conseguir o lugar mais alto. Se conseguir, ficarei muito feliz, se não este é o meu sonho e pelo qual vou lutar», realçou a luso-cubana, que entra em ação no dia 03 de agosto.
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