A ex-nadadora Diana Gomes foi hoje uma das portadoras da chama olímpica dos Jogos Olímpicos Paris2024, revelando ter vivido um momento incrível e muito bonito, a “cereja no topo do bolo” da sua carreira.
A atual presidente da Comissão de Atletas Olímpicos (CAO) confessou, em declarações à agência Lusa, que “esta foi completamente uma nova experiência olímpica, foi inesperada”, pois “não estava de todo à espera de poder ser selecionada pela Embaixada de França para representar Portugal”.
“Acho que posso dizer que é a cereja no topo do bolo de uma carreira olímpica, poder fazer parte de um evento deste tamanho e com esta simbologia. Foi mesmo incrível. Não estava à espera de durante o evento sentir a adrenalina que senti. Foi mesmo muito bonito”, assumiu a ex-nadadora, que participou nos Jogos Olímpicos Atenas2004 e Pequim2008.
Juntamente com outros 27 ex-atletas, Diana Gomes referiu que “esta etapa teve uma simbologia especial na representação do Dia da Europa”.
“A nossa líder era uma atleta ucraniana [a ginasta Mariya Vysochanska]. Nós todos fizemos a passagem um pouco por cada um. Assinalámos esse momento do Dia Europeu, de estarmos todos unidos, a representar os nossos países e os nossos atletas olímpicos. Depois fomos atrás da nossa capitã, corremos todos juntos de mãos dadas, foi um momento lindíssimo. Foi um momento arrepiante, sem dúvida nenhuma”, assumiu.
Como presidente da CAO, Diana Gomes diz que vai tentar passar “da melhor forma” a sua experiência aos atletas portugueses, “apesar de que quem o vive no primeiro plano consegue sempre absorver melhor as sensações”.
“É um pouco difícil pôr por palavras esta adrenalina que vem não sei de onde e que, geralmente, nos inspira. Posso dizer que neste grupo de atletas, cada um do seu país, todos trouxemos um pouco do que foi a sua vivência na Aldeia Olímpica. Na altura em que estávamos a vestir a farda da estafeta, viveu-se ali um ambiente que só quem esteve numa Aldeia Olímpica consegue perceber. Foi lindíssimo, foi espetacular, para além do que eu podia imaginar do que iria ser este dia e este momento”, referiu.
Na quarta-feira, Diana Gomes já tinha assistido à chegada da chama olímpica a Marselha, no primeiro contacto com o território francês, após 12 dias de viagem desde a Grécia, onde foi acesa no monte Olimpo.
“Foi um momento incrível. Foram milhares e milhares de pessoas. [...] Os barcos estavam cheios de pessoas, à volta estava mesmo apinhado de pessoas. Nós estávamos num forte e pudemos ver o barco Belém a chegar com a chama, depois vimos o resto pelos ecrãs e depois o espetáculo aéreo dos aviões com as cores da bandeira francesa e o desenho dos anéis olímpicos. Foi absolutamente impressionante. É um lamiré do que pode vir a ser a cerimónia de abertura e encerramento dos próprios Jogos”, disse.
As questões de segurança têm sido uma das preocupações em relação a Paris2024, com Diana Gomes a dizer que em Marselha, onde estavam cerca de 150.000 pessoas a assistir à chegada da chama, não se vivia uma situação “normal, com a quantidade de polícia na rua, com os corpos de intervenção prontos a atuar”.
“É algo fora de escala, completamente. Aqui estava um corpo de polícia incrível e acho que isso, além de impor respeito, também trouxe segurança. Sabemos que Marselha é uma cidade um pouco mais perigosa e não nos sentimos na iminência de qualquer momento de dificuldade”, afiançou.
A chama olímpica vai agora percorrer 12.000 quilómetros, passando mesmo por territórios ultramarinos, como a Polinésia Francesa, onde vão decorrer as provas de surf dos Jogos Olímpicos Paris2024, que começam a 26 de julho e acabam em 11 de agosto.
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