A polícia antiterrorista francesa deteve um suposto simpatizante neonazista suspeito de querer atacar o percurso da tocha olímpica para os Jogos Paris2024, disse hoje o ministro do Interior, Gerald Darmanin.
A Procuradoria de Paris revelou que o homem foi detido durante a manhã hoje em sua casa na região da Alsácia, no leste da França.
Segundo a Procuradoria, o homem dirige um grupo intitulado "Divisão Ariana Francesa" ("French Aryan division", em francês) na rede social Telegram, tendo sido detido para ser interrogado sobre ameaças de morte, discursos de ódio e outras publicações que alegadamente fez.
O gabinete do procurador disse que os alegados comentários que desencadearam a investigação pela sua unidade dedicada à luta contra o ódio em linha não visavam especificamente os Jogos Olímpicos Paris2024, que começam após a cerimónia de abertura em 26 de julho e que contará com máxima segurança.
No entanto, “houve uma vontade de intervir durante uma fase, evidentemente, do transporte da tocha", disse Gerald Darmanin.
Segundo a imprensa francesa, o detido, de 18 anos, planeava atacar os portadores da tocha olímpica, como a ‘drag queen’ Minima Gesté, que já foi vítima de comentários homofóbicos na sequência da sua nomeação para participar em Paris2024.
O percurso da tocha olímpica está a terminar, numa viagem que teve início em 16 de abril, em Atenas, com passagens por França e pelos territórios ultramarinos franceses antes do início dos Jogos Olímpicos.
Gerald Darmanin, que continua a desempenhar o papel de ministro do Interior até à formação de um novo governo francês, na sequência das eleições legislativas antecipadas no início do mês, afirmou que o suspeito já tinha sido assinalado pela polícia "por ideias de ultra-direita, que podem ser designadas como neo-nazis".
"Sabemos que ele tinha, a priori, o desejo de atingir alvos políticos ou pessoas de origem imigrante", acrescentou o ministro.
A Procuradoria de Paris afirmou ainda que, além das alegadas ameaças de morte e das publicações que incitam ao ódio, o suspeito está também a ser investigado por suspeita de ter partilhado informações pessoais que colocam as pessoas em risco e de ter partilhado instruções para fazer bombas.
A operação de segurança da capital francesa para os seus primeiros Jogos Olímpicos num século envolve cerca de 45 mil polícias e gendarmes, além de uma força militar de 10 mil homens que está a patrulhar as ruas e locais na região de Paris e a levar a cabo outras operações de segurança.
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