Gustavo Lima já leva 17 anos a velejar. Frontal e muito disciplinado no seu trabalho, não se incomoda que lhe chamem «o velejador mimado de Cascais» pois lembra que tudo o que conquistou até hoje foi fruto do seu trabalho.
Falamos com ele antes de partir para Londres, as suas quartas olimpíadas. O destino trocou-lhe as voltas e qualquer que seja o resultado desta quarta aventura, não esquecerá este ano. Decidiu mudar de classe, partir para Star, uma classe menos exigente fisicamente e menos solitária também. Quis o destino que o seu companheiro sofresse uma lesão que os impediria de seguir rumo a Londres. Pois bem, obstáculos fizeram para se ultrapassar e o Laser, que tão bem conhece, estava ali, à espera de entrar na água. Até aos Jogos não são mais de seis meses de preparação para três anos e meio de ausência. Por isso, e embora seja ambicioso, retém-se no momento de falar em medalhas, que ainda assim não são tão descabidas.
Desde Sidney, a primeira vez, foi sempre a subir. Nesse ano fez um sexto lugar, em Atenas um quinto e em Pequim ficou naquele lugar que é uma ‘dor’. Um quarto. Pelas estatísticas, que em desporto, já se viu, pouco valem, este ano traria o bronze. É esperar para ver, de um velejador com um título europeu e um mundial. Parte como outsider, como se fosse uma estreia, mas os adversários conhecem-no o suficiente para não conseguir passar assim tão despercebido.
Para esta nova etapa, tem em Lance Armstrong uma inspiração. Ele, que superou um cancro, regressou depois de longa ausência para dar luta a Alberto Contador na Volta a França. «A dor é passageira, desistir é para sempre», cita Gustavo Lima. Esta é a máxima que vai levar até Londres e promete dar o seu melhor.
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