O presidente do Comité Organizador Rio2016, Carlos Arthur Nuzman, admitiu, em entrevista ao jornal Globo de hoje, que, no cenário atual, o Rio de Janeiro não seria escolhido para sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
"Em toda a candidatura, na hora que entra em processo de julgamento, todos os fatores são pesados na balança pelo COI [Comité Olímpico Internacional]. Na situação que hoje está, eu acho que o Rio não seria escolhido", afirmou.
Os Jogos Olímpicos 2016, que começam a 05 de agosto, estão a ser marcados por graves crises económica e política no Brasil, pela falência do governo do Estado do Rio de Janeiro e por sucessivos episódios de violência na cidade que vai acolher o maior evento desportivo do mundo.
O responsável lembrou que vários locais "já tiveram problemas antes dos Jogos"; como Londres (2012), que "ganhou os Jogos e, no dia seguinte, teve um atentado no metropolitano".
Carlos Arthur Nuzman reconheceu ainda que a situação do país faz com que a população brasileira não esteja tão envolvida no evento como seria de esperar.
Questionado sobre a segurança durante os Jogos Olímpicos, uma área afetada pela falência do governo estadual, o presidente do Comité Organizador Rio2016 vincou que "o projeto de segurança para os Jogos é muito bom", citando especialistas.
Contudo, advertiu, tendo em conta o historial do evento, "ninguém está imune a um lobo solitário", dando o exemplo do caso dos Estados Unidos, que possuíam talvez o "maior esquema de segurança" e tiveram duas bombas em Atlanta em 1996.
O responsável lamentou ainda o facto de o Rio de Janeiro estar sem laboratório para fazer análises antidoping a um mês dos Jogos, depois de a Agência Mundial Antidoping (AMA) o ter suspendido por não cumprir os requisitos internacionais.
“A AMA tinha aprovado, houve um erro e suspenderam. A AMA vem fazer a inspeção e esperamos que tenha uma solução positiva. O laboratório é espetacular", referiu.
Carlos Arthur Nuzman frisou também que "nenhum comité organizador chega a um mês dos Jogos sem atrasar nenhum pagamento", acrescentando: "Deveríamos ser elogiados. E sem dinheiro público".
Porém, não garantiu que as contas serão fechadas sem recorrer a dinheiro público, compromisso assumido desde o início.
O comité já transferiu para o poder público, pelo menos, o pagamento pelo sistema de geradores de energia, estimado em quase 500 milhões de reais (136,7 milhões de euros), segundo o jornal.
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