O presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP), Humberto Santos, defendeu hoje, em Londres a necessidade de profissionalizar o desporto adaptado, considerando-a essencial para a obtenção de bons resultados.
«Enquanto a profissionalização não acontecer os nossos resultados desportivos serão sempre condicionados», afirmou Humberto Santos, pouco depois de José Macedo ter conquistado uma medalha de bronze no torneio individual de boccia BC3, dos Jogos Paralímpicos Londres2012.
Humberto Santos admitiu que a profissionalização «é uma ambição legítima por parte dos atletas», que durante os Jogos Paralímpicos de Londres2012 têm reclamado mais apoios e criticado o atraso no pagamento das bolsas, cujos valores variam entre os 450 e os 161 euros.
O presidente do CPP defendeu que a profissionalização é «um elemento fundamental para conseguir retirar o capital de queixa» que tem existido por parte dos atletas.
Portugal, que soma 88 medalhas em Jogos Paralímpicos, tem vindo a perder protagonismo na competição, na qual surgem países com estruturas profissionalizadas.
«Estávamos habituados a ter um cenário internacional diferente. Começaram a aparecer países com estruturas preparadas, o cenário é cada vez mais competitivo», disse, acrescentando:
«Nós estamos a melhorar, mas os outros estão a melhorar mais do que nós.»
Humberto Santos defendeu também a necessidade de apostar em novos talentos, considerando que só assim é possível manter o nível competitivo dos atletas portugueses.
«É preciso investir seriamente no alargamento da base e conseguir pôr pessoas com deficiência a fazer desporto», referiu, acrescentando:
«Temos de o começar a fazer e é necessário um plano desportivo estruturado na área da deficiência.»
O secretário de Estado do Desporto e Juventude (SEDJ), Alexandre Mestre, que também assistiu ao jogo de José Macedo, referiu que as vitórias podem ser um bom momento para projetar o futuro.
«Estes são bons momentos para todos refletirmos e projetarmos o futuro para, de uma vez por todas, se terminar com o mesmo tipo de avaliações e o mesmo tipo de diagnósticos que muitas vezes são precipitadas, temos que ter todos os dados na mão para poder fazer qualquer tipo de avaliação», afirmou.
Alexandre Mestre lembrou que o Executivo sempre se empenhou em apoiar o projeto paralímpico:
«Este Governo quando chegou encontrou uma situação que se vinha arrastando de falta de financiamento e em colaboração com a Segurança Social, conseguimos também dar o nosso contributo.»
Portugal está representado nos Jogos Paralímpicos por 30 atletas, em cinco modalidades, e a um dia do fim da competição soma três medalhas, menos quatro que em Pequim2008.
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