Nunca Angola teve um adversário tão desnivelado na primeira fase do Mundial de andebol sénior feminino, pois na segunda jornada irá defrontar o modesto Paraguai, conjunto com poucos argumentos para suplantar as campeãs africanas, no Grupo C sediado em Zrenjanin, na Sérvia.

A formação paraguaia é uma das presentes com menor tradição em grandes competições. É a segunda vez que vai disputar um Campeonato do Mundo. Em desafio direto, nunca as duas seleções cruzaram o mesmo caminho, sendo este o ponto de partida.

Antes disso, ficou na penúltima (23ª) posição do Mundial de 2007 na França, à frente apenas da Austrália. Foi curiosamente na mesma prova onde Angola conseguiu a melhor prestação de sempre (7ª).

Como há seis anos, quando se apurou para o primeiro grande evento mundial, desta vez o Paraguai garantiu a presença na Sérvia, graças ao quarto lugar no campeonato Pan-americano, na República Dominicana.

Entre 10 seleções, este modesto conjunto surpreendeu a América do Sul e chegou às meias-finais, tendo sido batido pelo campeão (Brasil, por 43-17), e, mais tarde, na disputa da medalha de bronze pela anfitriã (28-19, República Dominicana).

As representantes da América do Sul estão no Grupo C preliminar e tentarão mudar a lógica das performances atuais, diante de adversárias superiores, mas com a oportunidade de discutir a fuga pela cauda com a "vizinha" Argentina. O Paraguai defrontará as campeãs africanas na segunda jornada, pelas 15h45, de 9 de Dezembro.

Apesar do favoritismo das comandadas de Vivaldo Eduardo, todo o cuidado será pouco. Ainda assim, as angolanas só perderam uma vez em grandes eventos com seleções americanas. As brasileiras foram as responsáveis pela quebra do domínio total do conjunto nacional, nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. O Brasil bateu Angola por 29-26, depois de 14-9 ao intervalo.

Uruguai (39-14), Estados Unidos da América (24-23, 24-23 e 26-18), República Dominicana (41-20) e Canadá (25-21) são as outras seleções dos dois continentes (América do Sul e América do Norte) que sempre cairam aos pés das "rainhas" de África, num mapa onde o Paraguai pretende fazer história, mas dificilmente conseguirá travar a fúria angolana rumo à melhor posição de sempre.