A cultura hip-hop vai chegar aos Jogos Olímpicos em 2024, através do ‘breaking’, alimentando as expetativas portuguesas segundo Max Oliveira, diretor do MXM ArtCenter e fundador dos Momentum Crew, o primeiro grupo profissional de dança urbana em Portugal.
A expressão do ‘breaking’ em Portugal começa a afirmar-se e a qualidade dos ‘b-boys’ e ‘b-girls’ pode levá-los à estreia da modalidade em Paris2024.
Para Max Oliveira, um dos rostos mais conhecidos na divulgação da modalidade, Portugal já deu provas do seu valor e pode “sonhar alto” para Paris2024.
À margem da final nacional do Red Bull BC One, que se realizou no Porto, Max não tem dúvidas ao apontar um futuro risonho para a modalidade.
“Qualidade nunca faltou. Vamos falar da Red Bull BC One. Portugal foi finalista do Mundial. Não foi apenas participante. Foi à final da final. Há 10 anos que não se fazem BC One em Portugal e mesmo assim, sem ter presente a plataforma no seu próprio país, tinha sempre um português lá e a chegar à final. Diz tudo sobre Portugal”, explicou Max Oliveira, em declarações à agência Lusa.
O responsável recordou os triunfos em duas competições europeias BC One e a presença de três na final mundial – “um foi à final da final mundial e perdeu por um ponto”.
“Falando da Momentum Crew, que é a minha ‘crew’, temos mais de 10 títulos mundiais de ‘breaking’ nas maiores competições do mundo. Portugal tem muito valor em pouca quantidade”, referiu o representante da comissão organizadora do 'breaking' para os Jogos Olímpicos Paris2024.
O 'breaking' vai integrar pela primeira vez o programa olímpico, naquele que se espera ser mais um passo para o crescimento da modalidade.
“Perspetivo o futuro da modalidade com uma inveja positiva. Adorava ter nascido mais tarde para poder ir beber aquilo que prevejo no futuro. Cada vez há mais interesse por esta modalidade. Claro que ajuda todo este novo caminho desportivo mas a verdade é que o ‘breaking’ se está a tornar popular”, vincou.
A fórmula do apuramento para Paris2024 ainda está por definir, conforme explicou Max, mas Portugal, pelos resultados já obtidos, é um país que é já uma referência na modalidade e, por isso mesmo, foi convidado para fazer parte da comissão organizadora dos Jogos Olímpicos.
Max Oliveira reconhece as competências dos atletas que representam Portugal e não se esquiva em apontar bem alto o objetivo português.
“Neste momento Portugal pode ter todas as expetativas para os Jogos Olímpicos, porque Portugal no ‘ranking’ da confederação mundial está no topo. Portugal tem tudo para acreditar que é possível”, referiu.
Lagaet, um dos mais conceituados e prestigiados ‘b-boys’ a nível mundial, e que durante muitos anos representou Portugal, estando agora ao serviço da França, também perspetiva que a equipa portuguesa poderá ‘dar cartas’ nos Jogos Olímpicos.
“Portugal tem muita qualidade e tem tudo para fazer um bom trabalho. O facto de o ‘breaking’ ser agora uma modalidade olímpica vai ajudar, e muito, para que se assuma ainda mais e que chegue a cada vez mais pessoas”, disse.
Na qualidade de júri do Red Bull BC One, no Porto, Lagaet frisou também a importância deste tipo de provas para apoiar o crescimento da modalidade e mostrou-se orgulhoso por ter um papel decisivo numa “das provas mais conceituadas do mundo do ‘breaking’”.
A primeira fase da Red Bull BC One aconteceu na passada sexta-feira e foi uma qualificação à porta fechada, que teve como objetivo envolver os melhores talentos e apurar os melhores ‘b-boys’ (oito ‘wildcards’ e outros tantos selecionados) e ‘b-girls’ (uma ‘wildcard’ e três selecionadas).
Foram estes que avançam para a final nacional que aconteceu hoje no Silo Auto, no Porto.
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