Portugal terminou hoje nas últimas posições da classificação coletiva em todos os escalões dos Europeus de corta-mato, em Tilburg, na Holanda, e o técnico António Sousa reconheceu que houve um falhanço generalizado.
Num percurso muito técnico, com curvas apertadas e muita lama, as melhores prestações individuais portuguesas surgiram com o 15.º lugar de Mariana Machado nos sub-20 femininos, o 28.º de Carla Salomé Rocha nas seniores e o 35.º posto de Rui Pinto em seniores masculinos, resultados bem aquém das expectativas da seleção.
"As condições de percurso e temperatura foram iguais para todos os atletas. Não serão essas as nossas justificações. Não escondemos que tínhamos fundadas expectativas em melhores prestações em seniores e juniores [sub-20] femininos. A Mariana Machado foi a melhor europeia em corta-mato no final da época passada e a seleção de seniores fora quarta, com os mesmos pontos da terceira, no ano passado. Mas acabámos por falhar todos", disse à Lusa o responsável pela seleção, António Sousa.
Se os melhores resultados foram discretos em relação à valia e ao que se esperava dos portugueses, todos os outros estiveram pior. Reflexo disso são as classificações coletivas, com um nono lugar, em sub-20 femininos, um 10.º, um 11.º, três 12.º e um 13.º.
"Espero que esta presença sirva de experiência para todos, principalmente para os mais jovens, que têm muito valor, que devem empenhar-se ainda mais para atingir os níveis de competitividade que aqui testemunharam", acrescentou António Sousa.
Em termos globais, houve 14 países que conquistaram medalhas e, ao contrário dos seus pergaminhos, Portugal não esteve no lote. A Grã-Bretanha continua a 'mandar' no crosse europeu, com seis subidas ao pódio coletivo, incluindo o título de sub-20 femininos, mas sem nenhuma medalha individual, e fora do pódio na estafeta mista, depois de ter sido o primeiro campeão europeu da história, no ano passado.
Com o mesmo número de medalhas ficou a Turquia, que conquistou o título individual em seniores femininos e os coletivos em seniores e sub-23 masculinos, seguida da Alemanha, com cinco medalhas (título coletivo em sub-23 femininos), e a Noruega, que arrecadou quatro medalhas, incluindo o ouro individual nos seniores e sub-20 masculinos, pelos irmãos Ingebrigtsen, Filip e Jakob, respetivamente.
No próximo ano, Portugal recebe a organização dos Campeonatos Europeus de Corta-mato, em Lisboa, e esta não era a melhor prestação que os responsáveis lusos pretendiam nesta fase.
"Vai ser um ano muito complicado para nós. Os Mundiais de pista serão muito tardios, terminando a pouco mais de mês e meio dos Europeus de corta-mato, e algumas das nossas melhores atletas, se apostarem nos Mundiais, não estarão bem em Lisboa. Houve muita coisa errada nos últimos anos que nos deitou abaixo do pedestal de sermos os melhores da Europa em corta-mato e agora estarmos na cauda. Temos de refletir e promover experiências tão competitivas como esta para podermos melhorar e estar num bom plano em Lisboa", concluiu o técnico, que ainda se reunirá com a equipa na Holanda, para fazer um balanço interno da prestação portuguesa.
Comentários