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O ícone do basquetebol angolano esteve no programa Jovial Cidade para fazer uma retrospetiva à carreira
Miguel Lutonda é considerado um dos melhores jogadores do basquetebol angolano de sempre. Hoje, fora das quadras da bola ao cesto, o ex-jogador do clube dos militares, 1º de Agosto, respondeu, no programa Jovial Cidade, a várias questões polémicas sobre a sua carreira e contou fatos inéditos relacionados à sua vida pessoal.
Rumores
A estrela começou por desmentir rumores sobre ter diminuído a idade para representar a selecção nacional em várias competições. "Eu nasci em 1971 no Cariango, no município do Cazenga e antes de terminar a minha carreira, por tudo aquilo que fiz por Angola ainda me pediram certidão e assento de nascimento. Fiquei duas jornadas sem jogar porque tinha de apresentar os documentos, fui à conservatória, reuni todos os papéis e mostrei a todos que não cortei a idade. Vou fazer 43 anos, tenho a cédula da República Portuguesa, as chamadas cor de vinho. Reconheço que há jogadores que já fizeram isso antigamente, mas hoje já não é assim, as coisas estão mais rigorosas."
Outro rumor que se espalhou há algum tempo seria que Lutonda teria pedido 90 mil dólares para jogar pela seleção nacional angolana no campeonato africano de 2011 realizado em Madagáscar. Acerca do assunto o mesmo negou ter existido tal proposta, explicando as razões pelas quais não foi convocado: "Acredito não ter sido convocado para a seleção porque foi na fase em que veio o professor Gomez para treinar a equipa. Na época ele achava que com a idade que eu tinha não conseguiria jogar vinte e cinco minutos sobre pressão, o que é natural. Contudo, como profissional, acredito que não existem 25 minutos de pressão a campo inteiro e, se houvesse, eu jogo numa posição que me permite livrar destas situações com auxilio de colegas. Na altura eu era capaz de jogar até uma hora sobre pressão e ainda fui ao mundial de basquetebol onde jogámos contra EUA e alguns órgãos de informação internacionais elogiaram o meu trabalho e questionaram como conseguia jogar àquele nível, mesmo estando com quarenta anos. São coisas que acontecem."
O General
Miguel Lutonda é conhecido como General do basquetebol angolano, mas a maioria desconhece a origem do nome que lhe foi atribuído.
"Muita gente já me perguntou na rua se também sou General de patente e eu tenho de explicar que não. Acho que este foi um nome que me deram pelo desempenho e contributo que dei ao basquetebol nacional. Quem me deu esse apelido foi o jornalista Carlos Contreiras num jogo contra o Petro, o nome saiu e colou até hoje."
Lado pessoal
Sobre o lado mais íntimo, Lutonda explicou que neste momento está feliz e teve de seguir em frente após se ter separado da mulher com quem esteve durante grande parte de sua vida. "Na vida há altos e baixos e quando há problemas não adianta insistir. Rompi a relação que tive e hoje tenho outra pessoa. O mais importante é sentirmo-nos felizes e nesta fase da minha vida eu sinto-me bem," garantiu o ícone do basquetebol nacional.
Segredo do sucesso
Para terminar sublinhou que o nível surpreendente de exibições dentro do campo que exibiu durante a sua carreira foi devido a muito trabalho, esforço e dedicação. "Nunca faltei aos treinos e ia jogar ou treinar mesmo doente. Já cheguei a ser levado para o hospital depois da competição."
Miguel Lutonda neste momento encontra-se a trabalhar como treinador adjunto da seleção nacional de basquetebol. Vale realçar que o basquetebolista tem vários prémios na sua carreira, só de títulos individuais o jogador possui 31 troféus, cinco Afrobasquete, sete taças de clubes, oito super taças, nove taças de Angola entre outros.
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