Um ano quase "negro". É desta forma, que se pode resumir a prestação das selecções nacionais de basquetebol em 2018, depois de sucessivos percalços nas provas internacionais.
Nos últimos 12 meses, Angola esteve envolvida em várias frentes no continente, a nível de selecções e clubes, e o seu prestígio internacional quase que ficou jogado por terra.
A desaceleração do prestígio foi contrariada com um difícil apuramento da selecção sénior masculina ao Mundial da China2019, e da selecção masculina de sub-16 que, por via do torneio regional de Gaberone, qualificou-se para o próximo Afrobasket.
O "cinco" nacional sofreu para garantir a 8ª presença num Mundial de seniores, pois viu-se forçado a chamar a si a organização de duas "janelas/fases" de qualificação para obter 21 pontos, resultantes de nove vitórias e três derrotas em 12 partidas.
Fruto disso, o país subiu um lugar no ranking/mundo, ocupando o 36º posto, com 266 pontos.
No entanto, não passaram despercebidos os dissabores do basquetebol em 2018, sobretudo dos conjuntos nacionais (masculino e feminino) em sub-18, que baquearam, respectivamente, nos africanos de Bamako (Mali) e Maputo (Moçambique).
Os rapazes, então detentores do troféu, quedaram-se na quarta posição no Afrobasket2018, na capital maliana, enquanto que as meninas mais contentaram-se com um lugar no pódio (3º classificado) em território moçambicano.
Por sua vez, a selecção feminina em sub-17 ocupou o 16º e último lugar no mundial de Minsk, na Bielorrússia, com sete derrotas em igual número de partidas, naquela que foi a primeira participação feminina do país numa copa do mundo na categoria.
O insucesso das seleções contagiou a equipa sénior feminina do Interclube, que perdeu, pela segunda vez consecutiva, a final da Liga Continental, agora diante das moçambicanas do Ferroviário de Maputo, por escassos três pontos de diferença (56-59).
Nem a brilhante prestação da base norte-americana nacionalizada angolana Italee Lucas (média de 15.6 pontos por jogo), eleita mais valiosa da competição “MVP”, ajudou a formação da "polícia" a reconquistar o "caneco" perdido em 2017 para o 1º de Agosto.
A prova decorreu, em Maputo, sem a campeã da edição anterior (D’Agosto), cuja direcção optou por não se deslocar a Moçambique em defesa do troféu, alegadamente, por não ter ganho internamente o campeonato nacional da presente época.
Quanto aos feitos positivos, o destaque recaiu para o apuramento das equipas seniores masculinas do 1º de Agosto e Petro de Luanda que, em Bulawayo (Zimbabwe), passearam classe no apuramento à Liga Africana dos Clubes Campeões, agora denominada "AfroLiga".
A prova é disputada nos moldes iguais às demais ligas continentais, com jogos a duas "mãos".
Petrolíferos e militares vão tentar melhorar a prestação dos anteriores representantes (Libolo 4º e Interclube 7º), e trazer de volta o troféu que o país perdeu há dois anos. O D’Agosto lidera o ranking com oito taças ganhas, o Petro tem duas e o Libolo uma.
No domínio interno, o ano ficou marcado pela desistência do Sport Libolo e Benfica do Campeonato Nacional Sénior Masculino de Basquetebol, deixando mais reduzido o leque de tradicionais candidatos, agora apenas com 1º de Agosto e Petro de Luanda.
Mais do que desistir, a direcção do clube extinguiu a modalidade de basquetebol na categoria de seniores, o que originou a "migração" dos seus atletas para outros emblemas, como 1º de Agosto, Petro de Luanda e Atlético Sport Aviação (ASA).
Outra nota triste do ano foi a morte do antigo árbitro internacional Soares de Campos, um dos mais emblemáticos de Angola, que actuou em vários Mundiais e Jogos Olímpicos.
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