Stephen Curry, uma das maiores figuras da atualidade e da história da NBA, revelou que lida com a síndrome do impostor — um padrão psicológico que leva a duvidar das próprias capacidades, mesmo perante provas evidentes de sucesso.

"Sou humano. Como todos, por vezes duvido de mim mesmo, por vezes sinto que não pertenço aqui, que sou uma fraude", confessou o base dos Golden State Warriors numa entrevista a Alex Sherman, da CNBC, a propósito do documentário Curry Inc.: The Business of Stephen Curry, que estreia na próxima quarta-feira.

"Estarás mesmo a dar tudo por aqueles que dependem de ti? Estarás a atingir todo o teu potencial em todas as áreas a que te propuseste? São obrigações e pensamentos diários pelos quais tenho que passar", partilhou, referindo também a dificuldade em equilibrar as exigências da vida pública com a pessoal. "Todos gostaríamos de ser melhores maridos, melhores pais, estarmos mais presentes na vida dos que nos são próximos, mas a minha vida puxa-me para muitas direções", disse ainda.

Apesar das dúvidas internas, os feitos de Curry são inegáveis: quatro títulos de campeão da NBA, um prémio de MVP das Finais, dois de MVP da fase regular, dois títulos de melhor marcador da liga, 11 nomeações All-NBA, 11 presenças no All-Star Game e uma medalha de ouro olímpica. É também o jogador com mais triplos marcados na história da liga, sendo amplamente reconhecido como o melhor atirador de sempre.

Fora dos campos, Curry e a esposa, Ayesha, são pais de quatro filhos e lideram a fundação Eat. Learn. Play, dedicada a melhorar a vida das crianças.

No documentário, Curry explora a forma como a síndrome do impostor continua a afetá-lo, apesar do sucesso. Este fenómeno psicológico, não considerado uma doença mental, caracteriza-se por uma dúvida crónica sobre as próprias competências, medo de ser exposto como “fraude”, perfeccionismo e autocrítica excessiva.

A síndrome pode atingir qualquer pessoa — de estudantes a profissionais de topo, artistas ou atletas como Curry — e está muitas vezes ligada à ansiedade, baixa autoestima e necessidade de validação.

Entre as estratégias recomendadas para lidar com este fenómeno estão falar abertamente sobre os sentimentos, reconhecer os próprios méritos, praticar a autoconfiança e aceitar os erros como parte do processo de crescimento.