
Imane Khelif deu uma entrevista à 'ITV News' onde falou sobre a sua carreira e aproveitou para responder a Donald Trump que a criticou durante os Jogos Olímpicos de Paris.
"O Presidente dos EUA emitiu uma opinião relacionada com as políticas transgénero do seu país. Eu não sou transgénero. Isso não me diz respeito e não me intimida", garantiu a pugilista argelina, ouro em Paris 2024.
Na mesma entrevista, a argelina deixou claro que quer ir aos Jogos Olímpicos de 2028 em Los Angeles para defender o título.
"Vou defender a minha medalha de ouro, vou continuar o meu sonho [...] Ganhei a medalha de ouro, o que foi a melhor resposta depois de todo o bullying de que fui alvo. A minha resposta durante os Jogos Olímpicos foi sempre no ringue. E responder ganhando a medalha de ouro foi ainda melhor. Foi uma vitória com significado a todos os níveis - ético, desportivo e até em termos de espírito desportivo", garantiu.
Durante os Jogos Olímpicos, a atleta esteve debaixo de uma polémica, juntamente com Lin Yu-ting, pugilista de Taiwan, acusadas de serem homens a competir contra mulheres. Khelif, de 25 anos, sagrou-se campeã olímpica da categoria -66 kg, ao vencer na final a chinesa Yang Liu, campeã do mundo em 2023, por decisão unânime dos juízes. Lin Yu-ting, de 29 anos, também se sagrou campeã olímpica na categoria -57 kg ao vencer a polaca Julia Szeremeta na final.
No final dos Jogos Olímpicos Imane Khelif apresentou queixa na justiça francesa por "'cyberbullying' agravado". Na altura, figuras importantes como a escritora JK Rowling, o empresário Elon Musk, atual braço-direito de Donald Trump, criticaram a argentina, acusando-a de ser um homem a competir com mulheres.
Para a atleta, estas campanhas de desinformação, críticas, foram uma forma de 'bullying'. Imane Khelif pediu que o ‘bullying’ de que tem sido alvo parasse, depois de a Associação Internacional de Boxe, afastada do movimento olímpico, ter dito ter testes, nunca divulgados, que comprovam que é um homem.
Khelif, que venceu todos os ‘rounds’ disputados em Paris2024, foi particularmente visada depois de eliminar a italiana Angela Carini no início do torneio, em 46 segundos, depois de a adversária abandonar, em lágrimas, levando muitos a questionar o seu género.
O Comité Olímpico Internacional (COI) defendeu a argelina, tentando encerrar a discussão sobre uma atleta que nasceu mulher e viveu a vida toda como mulher, inclusivamente competindo em Tóquio2020.
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