Este artigo tem mais de 12 anos
A “axadrezada" Onda vai partir para a 74.ª edição da Volta a Portugal em bicicleta, que se realiza de 15 a 26 de agosto, com a missão de cumprir uma tradição que lhe foge desde 2009.
Foi Tiago Machado, agora ciclista da superpotência RadioShack, o último pupilo de José Santos, o mais antigo diretor desportivo do pelotão português, a vestir a camisola da juventude da Volta a Portugal. Três edições depois cabe a José Gonçalves tentar repetir a proeza que é um cunho pessoal da Onda.
«Os nossos objetivos são aqueles de todos os anos. Vamos sempre com a esperança de poder discutir os primeiros lugares da Volta. Este ano para não fugir à regra, mas temos mais um ciclista novo que é o José Gonçalves que até esta altura foi o melhor ciclista no ranking, elaborado pela associação de ciclistas. É um sinal que esteve presente toda a época», recordou o veterano diretor desportivo à Lusa.
José Santos sabe que esta é a primeira Volta do jovem Gonçalves, por isso contorna a pressão, limitando a assumir a perspetiva de «ver o que ele faz». Com a recuperação da tradição em mente? «Esperamos que ele consiga, de facto, chegar a esse objetivo».
Mas a Onda quer mais, muito mais. «Para a geral pensamos em ciclistas com mais traquejo: o João Cabreira e o Daniel Silva. Pelo menos esses dois espero que estejam entre os melhores da volta», apontou.
Experiente, o diretor boavisteiro não tem dúvidas quanto aos homens a vigiar no ataque à camisola amarela: Rui Sousa e David Blanco por parte da Efapel-Glassdrive, Ricardo Mestre da Carmim-Prio, José Mendes da LA-Antarte. E é tudo. «Estrangeiros não vejo grandes nomes», reconheceu.
Numa Volta num formato diferente – equipas menos conhecidas, datas coincidentes com a Vuelta e ausência da Senhora da Assunção -, José Santos consegue adivinhar novos motivos de interesse, como a primeira etapa entre as Termas de Monfortinho e Oliveira do Hospital.
«É muito difícil. Podia ser uma etapa fácil, mas…todas elas têm qualquer coisa que as torna difíceis», explicou, indicando as incontornáveis Senhora da Graça e Torre como pontos chaves para a decisão da maior prova velocipédica portuguesa.
O técnico da Onda não acredita que os dias partilhados com a Volta a Espanha, uma das três grandes do calendário internacional, tirem protagonismo à Volta – «em termos mediáticos, vai ressentir-se mais do início do campeonato de futebol» -, nem que a ausência de uma equipa do escalão principal roube interesse à prova portuguesa.
«Não considero [o pelotão] mais fraco, considero mais homogéneo. Estão aqui equipas boas. Eu não vejo nenhuma diferença entre a equipa da Lampre e uma equipa sul-africana. A Lampre é do WorldTour, vinha aqui todos os anos e não fazia nada. Isso de catalogar se as equipas são grandes ou pequenas tem muito a ver com a intenção com que elas vêm cá correr», concluiu.
Equipa: Daniel Silva (Por), João Cabreira (Por), José Gonçalves (Por), Célio Sousa (Por), Delio Fernandez (Esp), David Gutierrez (Esp), Domingos Gonçalves, (Por), Hélder Oliveira (Por) e Bruno Lima (Por).
Diretor desportivo: José Santos.
Comentários