Um sprint clássico deu hoje a 24.ª vitória na Volta a França ao ciclista britânico Mark Cavendish (Omega Pharma-Quick Step), que ao quinto dia conseguiu finalmente cumprir uma tradição das últimas seis edições.
A chegada a Marselha, ponto final dos 228,5 quilómetros de tirada, teve tudo a que um típico sprint do Tour tem direito: lançadores a trabalhar para os finalizadores, alterações de trajeto, disputa pela melhor roda, quedas, discussão emocionante e, no final, festejos de Mark Cavendish.
Eleito melhor sprinter de sempre da história da Volta a França pelo jornal L’Équipe, o “Expresso da Ilha de Man”, que este ano chegou à marca de 100 vitórias, voltou a vencer, um episódio que se repete há seis edições consecutivas.
«Para ser sincero, não foi um sprint complicado. Só tive de esperar na roda dos meus colegas, que fizeram um trabalho extraordinário. Fui paciente e só tive de esforçar-me durante 150 metros», descreveu, Cavendish depois de bater o norueguês Edvald Boasson Hagen (Sky) e o eslovaco Peter Sagan (Cannondale), segundo e terceiro respetivamente.
Nesta Volta a França, os homens de segundo linha do pelotão, sem pretensões à geral ou a finais massivos, não têm querido esperar muito para se aventurar em solitário e a quinta etapa não foi exceção, com Yukiya Arashiro, Kevin Reza ambos da Europcar, Romain Sicard (Euskaltel-Euskadi), Thomas De Gendt (Vacansoleil), Anthony Delaplace (Sojasun) e Alexey Lutsenko (Astana) a isolarem-se na frente da corrida cinco quilómetros depois da saída de Cagnes-sur-Mer.
Os fugitivos entenderam-se na perfeição, construindo uma vantagem que rondou os dez minutos e que, a 20 quilómetros da meta, já apenas com Reza, Arashiro, De Gendt e Lutsenko na liderança, ainda estava fixada nos dois minutos.
Lá atrás, as equipas dos sprinters iam tentando minimizar o impacto das acelerações de homens sem pretensões num final em grupo, numa desorganização que deu origem a uma queda (mais uma) e que provocou cortes no pelotão, sem consequências para os interesses da geral.
Depois do susto, a Omega Pharma-Quick Step assumiu a perseguição, absorvendo uma fuga que durou 220 quilómetros e dando indicações de que, finalmente, Mark Cavendish, mesmo a antibióticos, estava preparado para lutar pela etapa.
O campeão britânico respondeu presente à chamada da sua equipa, aguardando pelo momento certo para acelerar e ganhar por duas bicicletas de vantagem em relação a Edvald Boasson Hagen e Peter Sagan.
A falta de “Cav”, afastado da discussão da primeira etapa devido a uma queda e das duas seguintes por culpa do traçado montanhoso, estava a ser sentida no Tour, habituado à veia vitoriosa do ciclista da Omega Pharma-Quick Step.
São 24 as etapas que já ganhou na prova francesa, um número que o deixa a apenas uma do francês André Leducq, terceiro no “ranking” dos mais vitoriosos de sempre, e a 10 do primeiríssimo, o lendário Eddy Merckx.
«Foi um pouco frustrante este início do Tour. De qualquer forma, ainda só estamos na quinta etapa. Ainda não estou a 100 por cento, mas a vitória chegou e o moral está em alta», reconheceu.
Menos movimentado foi o dia do camisola amarela, o australiano Simon Gerrans (Orica-GreeEdge) que chegou tranquilo no pelotão, onde estavam os portugueses Rui Costa e Sérgio Paulinho.
Depois da “maratona” de hoje, o pelotão cumpre na quinta-feira uma jornada menos exigente de 176,5 quilómetros entre Aix-en-Provence e Montpellier.
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