Bobby Julich, diretor desportivo da equipa Sky, de Bradley Wiggins e Chris Froome, primeiro e segundo classificados do Tour2012, foi hoje forçado a demitir-se depois de reconhecer ter recorrido a substâncias dopantes durante a sua carreira de ciclista.
Na sequência do caso Lance Armstrong, a equipa britânica reforçou a sua política de «tolerância zero» e obrigou todo o “staff” a assinar um documento negando qualquer envolvimento precedente com dopagem.
A iniciativa forçou Julich, que foi o diretor desportivo da Sky nas últimas duas temporadas, a demitir-se, após confessar ter tomado substâncias dopantes enquanto corredor profissional.
«O Bobby mostrou coragem ao admitir os erros que cometeu muito antes de estar na Team Sky. Entendemos que este é um passo difícil para ele e fizemos o melhor para apoiá-lo», disse o responsável pela equipa.
Dave Brailsford destacou que nunca houve qualquer dúvida sobre o trabalho do norte-americano como treinador da formação do atual campeão do Tour, Bradley Wiggins, e elogiou o profissionalismo de agora ex-diretor desportivo, desejando-lhe sorte para o futuro.
«Tornámos claro o nosso compromisso de ser uma equipa limpa e temos sido sinceros quanto aos passos que estamos a tomar. Apesar de a separação não ser fácil, acredito que é a melhor coisa a fazer», esclareceu.
A partida de Julich acontece apenas 24 horas depois do segundo classificado do Tour2012, Chris Froome, ter confessado à BBC Sport que a assinatura do documento poderia implicar o despedimento de vários membros da equipa.
Bobby Julich, de 40 anos, foi ciclista profissional entre 1995 e 2008, tendo como melhores resultados o terceiro lugar no Tour1998 e a medalha de bronze do contrarrelógio dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, conquistada a posteriori, quando o vencedor, o norte-americano Tyler Hamilton, admitiu o uso de doping.
Numa confissão enviada ao site especializado “Cyclingnews”, o norte-americano reconheceu ter usado EPO de agosto de 1996 a julho de 1998.
Durante este período, passado na Motorola e na Cofidis, Julich foi nono na Vuelta antes de vencer a Route du Sud e o Criterium Internacional e de subir ao pódio na Volta a França.
Contudo, o agora ex-diretor da Sky negou ter-se dopado na CSC de Bjarne Riis, em que correu entre 2004 e 2008, assegurando que os resultados conquistados nesses anos (vitória no Paris-Nice e bronze em Atenas) foram obtidos licitamente.
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