
Um erro de trajetória impediu hoje João Almeida (UAE Emirates) de lutar pela vitória na terceira etapa da Volta ao País Basco, ganha pelo ciclista francês Romain Grégoire (Groupama-FDJ), após desclassificação do espanhol Alex Aranburu.
Apesar de ter sido o ciclista da Cofidis o primeiro a cortar a meta no final dos 156,6 quilómetros entre Zarautz e Beasain, inclusive com três segundos de vantagem sobre o grupo perseguidor, o colégio de comissários atribuiu a vitória a Grégoire, por considerar que Aranburu fez uma rotunda pelo lado errado na aproximação à meta.
O polémico desfecho da terceira tirada tirou protagonismo ao erro que custou a Almeida a hipótese de lutar pelo triunfo: o português escapou ao grupo do camisola amarela Maximilian Schachmann (Soudal Quick-Step) na descida para a meta, foi alcançado por Aranburu e, quando os dois seguiam isolados, saiu em frente numa curva, perdendo a roda do espanhol.
“Foi um dia de loucos. Estava a sentir-me bem. No final, cometi um erro numa curva. É assim”, resumiu o luso da UAE Emirates, que acabaria por ser terceiro na etapa, com as mesmas 3:45:24 horas de Grégoire.
O francês da Groupama-FDJ cortou inicialmente a meta em segundo lugar, mas foi promovido a vencedor, à frente de Schachmann, que, devido às bonificações distribuídas na meta, reforçou a liderança da geral.
O alemão da Soudal Quick-Step tem agora dois segundos de vantagem sobre Almeida, com o também germânico Florian Lipowitz (Red Bull-BORA-hansgrohe) a ser terceiro, a seis segundos.
Nelson Oliveira (Movistar), que esteve em destaque na tirada, nomeadamente ao participar num ‘corte’ que deixou o corredor de A-dos-Francos atrasado, ‘pagou’ o esforço e foi 31.º, a 02.12 minutos, descendo ao 25.º posto da geral, a 02.36 de Schachmann.
Ainda antes de arrancar, a terceira etapa ficou marcada por dois abandonos de ‘peso’, com o então sétimo classificado Victor Campenaerts (Visma-Lease a Bike) a desistir na sequência da queda da véspera e Caleb Ewan, vencedor da segunda tirada, a ir para casa numa decisão explicada pela INEOS com a gestão do calendário competitivo do australiano.
O sobe e desce permanente ‘eliminou’ candidatos à geral e também incentivou os ataques das equipas com ambições, como a UAE Emirates, que deixou momentaneamente em dificuldades o camisola amarela.
Com a corrida muito atacada, Schachmann lançou-se à procura das bonificações do sprint intermédio e quem respondeu foi Nelson Oliveira (Movistar), hoje muito ativo no trabalho para Enric Mas.
Novamente mal colocado, Almeida falhou o corte e ficou atrasado, perdendo rapidamente 40 segundos em relação ao grupo do líder da Itzulia. Sem colegas para assumir a perseguição, o luso da UAE Emirates tentou encontrar colaboração entre os elementos do seu grupo, ao qual descaiu Isaac del Toro para ajudar o seu líder.
Na entrada para a última contagem de montanha do dia, de terceira categoria, o grupo de Almeida finalmente juntou-se ao do camisola amarela, com o quarto classificado do Tour a conseguir mesmo ganhar terreno na descida que se seguiu.
Almeida foi alcançado por Alex Aranburu e os dois iam lançados para a meta quando o percalço aconteceu: o português perdeu definitivamente a roda do ciclista da Cofidis e ficou impossibilitado de lutar pela vitória.
Na quinta-feira, a quarta etapa promete mais espetáculo, ligando Beasain a Markina-Xemein, no total de 169,6 quilómetros que incluem sete contagens de montanha, a última das quais de primeira categoria, a pouco mais de 10 quilómetros da meta.
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