João Almeida fez um balanço da sua prestação na Volta a Espanha. Em entrevista à agência Lusa, o ciclista português mostrou-se feliz por igualar o segundo lugar de Joaquim Agostinho, falou sobre o trabalho da sua equipa e de Juan Ayuso, e recordou a mítica subida ao Angliru.

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2º lugar: "Tenho vindo a absorver [o feito] dia a dia. Aqueles últimos dias já tinha meio que certeza -- sabia que estava bem -- que o pódio era garantido. É uma boa sensação. Estou feliz. Estou sempre feliz, mas agora estou um bocadinho mais feliz"

Igualar Joaquim Agostinho: "É gratificante, ainda por cima [estar] ao lado do Joaquim Agostinho. Acho que continuo a estar ligeiramente atrás, mas tenho bastantes anos ainda pela frente de carreira. Espero chegar ao lado dele ainda, mas se não chegar também está tudo bem. O que interessa é darmos o nosso melhor e que venha alguém ainda que esteja mais próximo e faça ainda mais"

Chegar ao 1º lugar: "A diferença de tempo também não era gigante. Era possível, embora não me sentisse a 100%. Na última semana, sentia-me meio doente, engripado. Então, sabia que não estava no meu melhor, mas o adversário também não estava. E tentei"

Balanço: "Termino a Vuelta sem arrependimentos. Dei o meu melhor. Ataquei sempre que podia ou achei que devia atacar. E sinto que não poderia ter ganho a Vuelta"

A equipa: "Fizeram tudo por mim [...]. Acho que nenhuma equipa está sempre perfeita, todos às vezes falhamos. Mas, no geral, acho que estivemos muito bem e sem eles não conseguia ter feito segundo"

Objetivos da equipa: "Nós tínhamos diferentes objetivos, não tínhamos só o objetivo de tentar ganhar a Vuelta. Sempre que houvesse etapas não fundamentais para a classificação geral [...) queríamos estar presentes na fuga e ganhar [a partir] da fuga. Para os corredores também terem as suas oportunidades acho que fazia sentido e fez sentido. Nesses dias, nunca esteve em perigo a minha classificação"

Juan Ayuso: "Já tivemos pequenas fricções entre nós, mas é algo que é natural, é falado no momento, é resolvido e está tudo bem no dia a seguir. Já sabíamos que antes que ele ia sair da equipa, não foi uma novidade para nós. Ele é um atleta 100% profissional, como todos os outros da nossa equipa. Independentemente de ir sair ou não, ele fez o que tinha a fazer por nós, trabalhou bastante bem e foi profissional a 100%"

O melhor e pior dia: "O melhor foi definitivamente a vitória no Angliru. Acho que foi especial e histórico. Deve ser uma das vitórias mais bonitas da minha carreira. E o pior foram alguns dias em que não me senti bem, mas faz parte do percurso"