Rúben Pereira voltou hoje a defender que o importante é a Glassdrive-Q8-Anicolor vencer a Volta a Portugal, mas defendeu que, apesar de a equipa ter o ciclista russo Artem Nych de amarelo, ainda nada está ganho.
O diretor desportivo falou aos jornalistas após a sexta etapa, que promoveu o russo de 28 anos à liderança da geral, mas também à da sua própria equipa, uma vez que Frederico Figueiredo está a 01.49 minutos do seu companheiro.
“Eu digo que isto é ciclismo. Ontem [segunda-feira], disse que é ciclismo, hoje voltou a ser ciclismo. Se me perguntarem a mim se ganhar um português era bom, era. Mas, para mim, o mais importante é ganhar Glassdrive. Eu tenho na equipa coisas que poucos têm, que é qualidade e talento. Se têm qualidade e talento, podemos esperar tudo destes ciclistas. Nada está a ganho, mas também nada está perdido”, declarou.
Com ‘Fred’ aparentemente afastado da vitória final, Rúben Pereira preferiu ainda assim não ser claro quando a pergunta foi se Nych é agora o chefe de fila da Glassdrive-Q8-Anicolor.
“O líder, neste momento, é o camisola amarela e a corrida irá fazer-se. O Artem tem vindo a provar que é um ciclista que pode ganhar a Volta a Portugal. Acho que qualquer pessoa que tenha estado atenta ao calendário nacional teria que ter posto o Artem no top 5 a ganhar a Volta a Portugal”, argumentou, evocando ainda o palmarés do campeão de fundo russo de 2021 como ‘testemunho’ das suas credenciais.
Para o diretor desportivo, Nych é “um ciclista de enorme qualidade”, que só não está no pelotão internacional devido à invasão russa à Ucrânia, que motivou a extinção da Gazprom-Rusvelo, a equipa pela qual o corredor de 28 anos alinhou durante quase oito épocas.
“Ganhar só ganha um, vestir a amarela só veste um. Mas o trabalho mais difícil é conseguir uni-los e pôr a máquina a trabalhar. E hoje acho que foi a prova disso, que o ciclismo depende não só de um ciclista, mas depende de uma equipa”, notou.
Pereira rejeitou ainda que a Glassdrive-Q8-Anicolor tenha saído derrotada em toda a linha da Torre, defendendo que foi apenas “um dia menos bem conseguido de toda a equipa”
“Foi um dia muito mau do Mauricio [Moreira]. E, hoje, não foi uma vitória para a equipa no sentido de que nós não ganhámos nada ainda. Há muita corrida. Eu nunca me assumi como o único candidato à Volta a Portugal desde o primeiro dia. Sempre disse que tínhamos que ir dia a dia. A corrida é muito longa. E sempre respeitei muito, muitos os adversários. Nós corremos com muita humildade, com muito respeito por todas as equipas”, afirmou.
O responsável da formação ainda campeã em título da Volta – com Moreira – lembrou que, apesar de Nych ir passar, na quarta-feira, o dia de descanso vestido de amarelo, “ainda faltam três dias decisivos, a colmatar com um contrarrelógio em Viana do Castelo”.
“A Volta a Portugal é uma caixa de surpresas. Não há assim tanto controlo na corrida. Mas, como é óbvio, olhando para o que nos falta, tanto o suíço [Colin Stüssi], como o [Txomin] Juaristi ou o próprio António Carvalho [podem lutar pelo pódio]. Mas a corrida irá dar muitas voltas. E estar a dizer, a nomear dois ou três nomes, poderá ser um bocado injusto da minha parte. Nós tudo iremos fazer para que a corrida vá a nosso favor”, concluiu.
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