A União Ciclista Internacional (UCI) expressou hoje a sua satisfação com a confissão de Lance Armstrong, que admitiu ter-se dopado, considerando que esta elimina qualquer dúvida sobre um possível encobrimento por parte do organismo.
Em comunicado, redigido pelo presidente da UCI, Pat McQuaid, o organismo refere-se à confissão de Armstrong como um «passo importante» para o «restabelecimento da confiança no desporto» e para corrigir os «danos causados ao ciclismo».
«Lance Armstrong confirmou que não houve cumplicidade ou conspiração entre a UCI e ele. Não houve testes positivos encobertos e [Armstrong] confirmou que as suas doações à UCI foram para ajudar à luta contra o doping», acrescentou McQuaid.
O presidente da UCI referiu-se à confissão do texano como «perturbadora», por confirmar «um conjunto de crimes, incluindo a dopagem durante toda a sua carreira, a implicação do doping em toda a equipa, as mentiras constantes a todo o Mundo e a emissão de uma prescrição médica falsa para justificar o resultado de um teste positivo».
McQuaid vê, no entanto, coisas positivas neste «terramoto», como evitar e prevenir a repetição dos erros do passado.
«Lance Armstrong também disse, e com razão, que o ciclismo é hoje um desporto completamente diferente do que era há 10 anos. Em particular, a criação por parte da UCI do passaporte biológico em 2008, que nos tornou na primeira federação desportiva a fazê-lo, e que fez uma diferença real na luta antidoping», lê-se.
O comunicado termina com uma mensagem de «agrado» do presidente da UCI em relação a Armstrong, por este ter «expressado o seu desejo de participar num processo de verdade e reconciliação».
Numa entrevista à apresentadora de televisão Oprah Winfrey, emitida na quinta-feira nos Estados Unidos, Lance Armstrong admitiu pela primeira vez que se dopou.
Lance Armstrong venceu, entre 1999 e 2005, sete edições consecutivas da Volta a França, a principal competição velocipédica do mundo, mas as mesmas foram-lhe retiradas pela União Ciclista Internacional (UCI), na sequência de um inquérito da Agência Antidopagem dos Estados Unidos (USADA).
As conclusões apontavam para o recurso de doping, que sempre negara, ao longo de quase toda a carreira e, por isso, o seu palmarés desde 01 de agosto de 1998 foi “apagado”, sendo que na quinta-feira, o Comité Olímpico Internacional (COI) também exigiu a Lance a devolução do bronze conquistado em 2000.
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