O presidente da Federação Portuguesa de Badminton (FPB), Horácio Gouveia, disse hoje sentir-se “injustiçado” com o voto de protesto do PSD-Madeira pela ausência de atletas madeirenses, impedidos de viajar, no campeonato nacional de seniores.
Horácio Gouveia lembrou, em declarações à agência Lusa, que a competição, disputada entre 05 e 06 de dezembro, já tinha sido adiada em novembro “por causa da Região Autónoma da Madeira”.
O presidente da FPB sente-se “injustiçado” com o voto de protesto do grupo parlamentar do PSD-Madeira e defende que o ato levado a cabo pelos deputados social-democratas só revela “falta de conhecimento sobre a realidade do badminton nacional e regional".
O grupo parlamentar do PSD-Madeira acusou aquela Federação de “insensibilidade”, por esta prosseguir com a competição apesar de os atletas madeirenses estarem impedidos de viajar devido às restrições impostas pela pandemia covid-19, e apresentou um voto de protesto, que será discutido na Assembleia Legislativa da Madeira.
Num comunicado, emitido no seu sítio oficial, o grupo parlamentar defende que a data da prova “não deu oportunidade aos atletas madeirenses”.
Duas atletas de badminton madeirenses, Helena Pestana e Sofia Setim, ambas candidatas aos títulos nacionais, tanto na vertente singular como na de pares mistos, assumiram posições diferentes na matéria, após terem falhado a prova por se encontrarem na Madeira.
Helena Pestana, do Clube Sports Madeira, disse estar “triste”, mas compreendeu a postura da FPB e salientou que a “decisão de impedir a deslocação” dos atletas não profissionais pertence ao Governo Regional madeirense, lembrando que a saúde deverá “sempre vir em primeiro lugar”.
“Se a competição foi realizada, é porque tinha todas as condições reunidas para tal. Nós ficámos prejudicados, mas temos de aceitar a situação. Este é um ano atípico”, disse à Lusa a atleta internacional, que já venceu o título nacional em todos os escalões.
Por outro lado, Sofia Setim, vice-campeã na época passada, está impossibilitada de prosseguir na seleção portuguesa por motivos de saúde, e viu-se, agora, também privada da hipótese de manter o primeiro lugar no ranking.
“O meu único objetivo era ser campeã nacional e continuar a ser a número um do ranking, visto que não posso continuar a representar a seleção por causa da minha doença”, salientou a atleta, de 23 anos, que deixou de competir pela seleção portuguesa em 2017, por sofrer de hepatite autoimune.
A atleta do Clube Recreativo dos Prazeres agradeceu o “apoio” do grupo parlamentar do PSD-Madeira pelo voto de protesto e não escondeu a “revolta” de não poder discutir o título, apesar de ser uma das principais candidatas, tanto a nível individual como de pares mistos.
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