
A tensão política que se vive entre Estados Unidos e Canadá desde que Donald Trump reassumiu a presidência dos EUA - envolvendo, entre outras, as questões das fronteiras e das taxas alfandegárias - extrapolou para o mundo do desporto, mais concretamente para o hóquei no gelo.
Um encontro entre as seleções dos melhores jogadores da NHL dos dois países, para o torneio das 4 Nações, em Montreal, começou a aquecer ainda antes do início da partida, com os adeptos canadianos a assobiarem o hino dos Estados Unidos, revoltados com as políticas de Trump para com o Canadá e por este ter vindo a tratar o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, por "governador".
A tensão era palpável, mas nada fazia prever o que iria acontecer logo a seguir, mesmo sendo, como se sabe, o hóquei no gelo por norma propenso a lutas entre os jogadores: mal a partida se iniciou e o puck começou a deslizar, os primeiros nove segundos foram interrompidos três vezes por cenas de pugilato.
Logo aos dois segundos, o canadiano Brandon Hagel e o norte-americano Matthew Tkachuk pegaram-se e foram mandados sair. Depois, o outro Tkachuk, Brady, irmão de Matthew, envoltu-se com o canadiano Sam Bennett. Por fim, e com apenas nove segundos de jogo no cronómetro, foram JT Miller e Colton Parayko a trocarem socos.
Restabelecida a calma, o encontro prosseguiu, então, com os Estados Unidos a levarem a melhor e a vencerem por 3-1 no país rival. No final, o treinador dos Estados Unidos, Mike Sullivan, justificou o sucedido com a "competitividade dos jogadores, que têm muito orgulho nas suas seleções e nos seus países". Já o treinador dos canadiano, Jon Cooper, garantiu que "nada estava planeado".
Agora o Canadá vai defrontar a seleçáo de jogadores da Finlândia da NHL, esta segunda-feira, e poderá ainda garantir um lugar na final, onde já estão...os EUA. Quer isto dizer que a 20 de fevereiro, na final, no TD Garden, em Boston, poderemos ter novo round, desta feita com os EUA a jogarem (lutarem?) em casa.
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