João Sousa vai encerrar a carreira profissional ao lado de Nuno Borges e Henrique Rocha no quadro principal de singulares do Estoril Open, um torneio que os tenistas portugueses consideram especial e lamentam ainda não ter data em 2025.
“É uma edição muito especial para mim, pelo facto de ter decidido retirar-me do ténis profissional no Estoril Open. É um torneio que me diz muito, no qual fui muito feliz em 2018 e consegui vencer, e por ser em casa e com o carinho do público. Espero ter esse carinho, já por si só especial por jogar em Portugal, mas também por ser o meu último torneio”, confessou o melhor tenista português de sempre, em declarações à Lusa.
O vimaranense, antigo número 28 do mundo e atual 278.º colocado no ‘ranking’ ATP, optou por jogar esta semana o challenger de Girona e, apesar de ter desistido antes de entrar em ‘court’ para disputar os quartos de final, diz ter feito “uma boa preparação, com o objetivo de ganhar ritmo competitivo para estar bem” no ATP 250 português, que terá lugar, entre hoje, quando arranca a fase de qualificação, e 07 de abril, no Clube de Ténis do Estoril.
“Estão a ser dias especiais por serem os últimos, mas estou a preparar o Estoril Open da melhor maneira e da maneira como tenho vindo a preparar todos os torneios da minha vida, com a maior ambição para tentar fazer um grande torneio e, no final, vemos como é que as coisas correm. Tem sido ótimo jogar aqui na Catalunha, com amigos e pessoas que me seguem a vida toda. Sinto-me bem a jogar”, garantiu o minhoto, de 34 anos.
Assim como o campeão de 2018 do torneio português, Nuno Borges, número um nacional e 61.º classificado mundial, considera o Estoril Open “um torneio muito especial” e do qual guarda “boas memórias”, desde a sua estreia em 2021, ano em que passou pelo ‘qualifying’ e atingiu a segunda ronda, resultado alcançado igualmente em 2022.
“Ainda me lembro da primeira vez que participei, ainda sem adeptos e bancadas, se calhar, foi por isso que correu tão bem. É um torneio muito especial para nós atletas portugueses e é uma pena não haver sinais de que o torneio vá continuar. O ténis nacional vive muito com este torneio”, lamentou o maiato, de 27 anos, assegurando ser “muito bom poder participar” e estar “muito entusiasmado para jogar este ano”.
Depois da temporada em piso rápido, onde nas últimas semanas revalidou o título do challenger de Phoenix, ao derrotar na final o italiano Matteo Berrettini, Nuno Borges conta que “a transição para a terra batida tem corrido bem.”
“Por ter perdido cedo em Miami [Masters 1.000], tive mais tempo para me preparar aqui para o Estoril Open e para os próximos torneios em terra. Sinto-me bem, é uma superfície que gosto, muito diferente do piso rápido, e estou muito satisfeito com o nível que tenho apresentado”, frisa.
Já a treinar no pó de tijolo do Clube de Ténis do Estoril, o tenista do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis avança que “a cada ano a jogar o Estoril Open” sente-se “mais bem preparado, em melhor forma e a jogar um bocadinho melhor.”
“E, pelo menos, tenho tido boas sensações nos últimos tempos. Mas claro que as expectativas continuam a estar muito focadas no primeiro encontro, ganhar, passar a primeira ronda e depois logo vejo o que acontece. As expectativas são boas, espero jogar bem, mas tenho encontros duros pela frente e com este quadro de luxo tenho de jogar e dar o melhor se quiser ter hipóteses de seguir em frente”, acrescentou.
Já para a competição de pares, ao lado do compatriota Francisco Cabral, Borges admite ter uma “expectativa um bocadinho mais alta”, sobretudo depois dos dois amigos de infância se terem tornado nos primeiros portugueses a conquistar o título do Estoril Open, em 2022.
“O Francisco e eu ganhámos aqui há dois anos e gostávamos de revalidar o título. Sabemos que é difícil, todos os anos os adversários são diferentes, mas gostávamos de poder ganhar outra vez o torneio. Sinto que é possível, mas temos de estar a jogar bem se quisermos ter hipóteses. Nesse ano, estava a sair tudo bem e não podemos estar à espera que saia tudo exatamente igual. Temos de estar prontos para lidar com as adversidades”, rematou o parceiro do melhor tenista português de pares, Francisco Cabral, 54.º do mundo.
Enquanto João Sousa se prepara para dizer adeus ao ténis profissional ao fim de 17 anos de carreira, e Nuno Borges e Francisco Cabral já são dois nomes cimentados no circuito ATP, o jovem Henrique Rocha fará a sua segunda participação no quadro principal do Estoril Open, graças a um ‘wild card’ recebido após a recente conquista do título no challenger de Múrcia.
A fase de qualificação do Estoril Open realiza-se hoje e domingo, com o quadro principal a disputar-se entre 01 e 07 de abril nos ‘courts’ de terra batida do Clube de Ténis do Estoril, onde o norueguês Casper Ruud, número oito do mundo, vai defender o título de singulares.
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