O tenista suíço Roger Federer, antigo número um mundial, negou esta segunda-feira que tenha tido conhecimento de jogos com resultados combinados e defendeu que é preciso “lutar agressivamente contra esse problema”, comparando-o ao doping.
“Temos que ser muito agressivos. É um problema ao mesmo nível do doping. O ténis é interessante para todos, jogadores e adeptos, porque ninguém sabe o resultado. Caso contrário, mais vale nem jogar”, afirmou Federer, minutos depois de ter passado à segunda ronda do Open da Austrália.
Recordista de títulos do ‘Grand Slam’ (17), Federer frisou que nunca foi abordado para combinar qualquer encontro e que só teve conhecimento de que tal existia quando, em 2007, o sérvio Novak Djokovic revelou que lhe ofereceram cerca de 200 mil euros para perder um jogo.
A BBC divulgou no domingo que 16 tenistas que integraram o ‘top 50’ mundial na última década, incluindo vencedores de torneios do ‘Grand Slam’, estiveram envolvidos em jogos com resultados combinados.
“Na última década, 16 jogadores classificados nos 50 primeiros foram repetidamente assinalados pela Unidade de Integridade do Ténis (TIU) devido a suspeitas de que estariam a combinar resultados de jogos. Todos os tenistas, incluindo vencedores de ‘Grand Slams’, foram autorizados a continuar a competir”, alega a investigação conjunta da BBC e do sítio na Internet BuzzFeed News.
A cadeia de televisão britânica sustenta as alegações com o acesso a ficheiros secretos, nos quais se inclui uma investigação iniciada pela ATP, em 2007.
“Num relatório confidencial para as autoridades tenísticas, em 2008, a equipa de investigação defendeu que 28 atletas deveriam ser investigados, mas as indicações nunca foram seguidas”, afiançou a BBC, indicando que três dos encontros combinados ocorreram no torneio de Wimbledon.
A ATP introduziu um novo código anticorrupção em 2009 e, depois de procurar aconselhamento legal, foi informada de que violações anteriores não poderiam originar processos. No entanto, os documentos a que a estação britânica teve acesso demonstram que a TIU recebeu sucessivos alertas nos anos subsequentes sobre um terço dos jogadores já referenciados, sem que fossem tomadas quaisquer medidas.
A reportagem alega ainda que oito dos 16 tenistas sinalizados estão a disputar o Open da Austrália, que arrancou no domingo.
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