A experiência de João Sousa na Taça Davis revelou-se hoje fundamental na vitória do tenista português sobre Sebastian Ofner, com a seleção nacional a fechar a primeira jornada do duelo com a Áustria com uma vantagem de 2-0.
O vimaranense, que já tanto deu a Portugal, voltou a oferecer uma alegria ao público luso, contrariando o favoritismo do número um austríaco, ao lidar melhor com a responsabilidade do momento, para vencer o segundo encontro de singulares por 5-7, 6-3 e 7-6 (7-1), em duas horas e 24 minutos.
Apesar do seu atual lugar no ranking (289.º), João Sousa é um ‘bastião’ da seleção nacional e, hoje, o mais ‘internacional’ dos jogadores lusos – são 33 as eliminatórias que já disputou na Taça Davis - cedo demonstrou que a sua experiência poderia combater a maior ‘cotação’ do adversário.
A viver um momento menos bom na sua carreira, o vimaranense de 34 anos demonstrou que o ranking é apenas um número, quando quebrou o serviço do 59.º tenista ATP no sexto jogo, após já ter salvado um ‘break-point’ no anterior.
Sebastian Ofner, a jogar apenas pela terceira vez um encontro de singulares na Davis e sem qualquer vitória na competição no currículo, entregou o ‘break’ a Sousa com uma dupla falta, com o português a avançar, depois, para uma vantagem de 5-2.
No entanto, a margem aparentemente confortável do tenista luso esfumou-se quando servia para fechar o parcial – desperdiçou mesmo um ‘set point’ -, tendo o número um austríaco somado cinco jogos consecutivos para levar de vencida o primeiro set por 7-5.
A quebra momentânea do ‘histórico’ do ténis nacional, que coincidiu com o elevar de nível de Ofner, foi superada logo no quarto jogo, quando o português conquistou um ‘break’, que não mais largaria até ao final do parcial.
Sousa esteve irrepreensível no segundo set, demonstrando a fibra (e o jogo) que tanto o caracteriza, particularmente em encontros da principal competição do ténis por seleções, ao fechar com 6-3 a seu favor, em meros 31 minutos.
Com as bancadas do Multiversum Schwechat ruidosas no apoio à sua seleção, o derradeiro set foi rico em emoção: o experiente português quebrou o serviço do número um austríaco, de 27 anos, no terceiro jogo, mas o jogador da casa devolveu de imediato o ‘break’.
Na fase decisiva do encontro, Sousa ainda conseguiu salvar um primeiro ‘break-point’, antes de, com uma bola demasiado comprida ao longo, ‘entregar’ o sexto jogo.
A servir para fechar o segundo confronto de singulares do quinto duelo entre Áustria e Portugal, Ofner ‘tremeu’ e, depois de desperdiçar um ‘match-point’ com um erro, viu o vimaranense jogar de forma perfeita para concretizar o quarto ‘break’ de que dispôs e manter a sua eficácia de conversão em 100%.
O encontro encaminhou-se para o ‘tie-break’ e foi aí que toda a experiência de Sousa na Davis ficou em evidência: enquanto o austríaco acumulou erros, acusando claramente a pressão, o vimaranense manteve-se impassível, ditando o ritmo de jogo e consumando o 2-0 para Portugal.
“Isto é Taça Davis, o ambiente é muito especial. Foi um dia bom para nós, está 2-0, mas a eliminatória ainda não acabou. Os nossos jogadores vão lutar até ao final e nós vamos dar o nosso melhor”, prometeu em ‘court’ o tenista, que está ‘escalado’ para jogar, no sábado, ao lado de Francisco Cabral nos pares, mas também no derradeiro encontro de singulares, frente a Jurij Rodionov.
Assim, a seleção lusa precisa de vencer apenas um dos três encontros agendados para sábado – o outro opõe Nuno Borges a Ofner -, de modo a garantir a primeira vitória na Davis frente à Áustria, após quatro derrotas, e a presença no play-off de acesso ao principal escalão da competição.
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