No 23.º Estoril Open, Carlos Bernardes é apenas mais um dos árbitros, mas no circuito profissional (ATP Tour) o brasileiro pertence à restrita elite que já dirigiu finais de Grand Slam, tendo sido o primeiro sul-americano a fazê-lo.
O descontraído brasileiro é um dos 12 denominados “golden badge”, distintivo ouro, a mais alta graduação da ATP – a carreira começa com o “distintivo branco” (juiz internacional iniciante), passa para bronze, prata e até terminar em ouro – e um dos mais conceituados árbitros de cadeira do circuito.
Aos 46 anos, este antigo estudante de engenharia mecânica, que teve o primeiro contacto com o ténis quando, ainda miúdo, pulava o muro de um clube em São Caetano do Sul, onde nasceu, para brincar com amigos, já tem pouco para provar no ténis.
Da experiência como jogador e treinador ganhou a vontade de experimentar a arbitragem, começando como juiz de linha uma carreira que o levaria a atingir o topo em 2006, quando foi escolhido para estar na final do Open dos Estados Unidos e se tornou no primeiro sul-americano a ocupar essa cadeira num torneio de Grand Slam.
Durante 20 anos viajou por mais de 70 países, aprendeu a contar em cerca de 20 línguas, esteve em mais de 6.000 encontros, dirigiu a final da Masters Cup de 2002, bisou em Flushing Meadows, em 2008, e em 2011 concretizou o sonho de qualquer árbitro: vestir o casaco azul escuro, com listas brancas nas mangas, gravata listada em azul e verde e calças brancas destinado ao “eleito” para a final de Wimbledon.
Fã confesso de futebol, especialmente do seu Palmeiras, Carlos Bernardes é o produto tenístico mais bem-sucedido do Brasil desde Gustavo "Guga" Kuerten, o tenista que ocupou o número um mundial.
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