O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) não se pronunciará antes de 2025 sobre o caso de doping do número 1 do ténis masculino, o italiano Jannik Sinner, afirmou à AFP a Agência Mundial Antidoping (Wada).

"Não haverá nada até o final do ano", disse em entrevista Olivier Niggli, diretor-geral da Wada, que recorreu ao TAS em setembro, um mês depois de uma decisão em primeira instância que absolveu Sinner.

O tenista italiano testou positivo para o anabolizante clostebol duas vezes em março de 2024, mas um tribunal independente solicitado no final de agosto pela Agência Internacional de Integridade do Ténis (ITIA) considerou que não houve "infração ou negligência".

Sinner alega que foi contaminado por um membro da sua equipa médica, que supostamente aplicou um spray de venda livre que continha clostebol na sua própria mão antes de massagear o jogador.

A explicação foi aceite pela ITIA e pelo tribunal independente, mas não convenceu a Wada, que pediu uma suspensão de um a dois anos para o jogador.

"Na decisão foi considerado que não havia culpa de Sinner. A nossa posição é de que o atleta continua a ser responsável pelo seu staff. Portanto, é esse ponto legal que será debatido. Não contestamos que pode ter havido contaminação, mas acreditamos que a aplicação das normas não corresponde à jurisprudência", explicou Niggli, diretor-geral da Wada.

Enquanto a ITIA foi criticada por ter revelado tardiamente os testes positivos de Sinner e também da número 2 do mundo no ténis feminino, a polaca Iga Swiatek (teste positivo para trimetazidina em agosto, mas anunciado em novembro), Olivier Niggli considera que "devemos proteger os atletas".

"Pessoalmente, acho que proteger a reputação de um atleta deve ser a nossa principal preocupação. Vivemos num mundo em que as redes sociais são o que são e uma reputação pode ser destruída em muito, muito pouco tempo", afirmou.