A realização dos Campeonatos Mundiais da Juventude de Vela Ligeira, em julho, "influenciou decisivamente” o avanço da dragagem da barra de Tavira, cujo assoreamento ameaça a segurança marítima, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, Jorge Botelho.

A dois meses da competição, o autarca afirmou que “a barra de Tavira continua na mesma situação” de assoreamento, mas houve “um conjunto de movimentações” das entidades responsáveis no sentido de a obra se poder “iniciar em junho”.

Desde janeiro que a comunidade piscatória e a Câmara de Tavira têm vindo a alertar o Governo para os problemas de segurança que o assoreamento da barra trás para a navegação e para a necessidade de realizar a dragagem, qualificada pelo autarca Jorge Botelho como “urgente” para repor a segurança marítima antes da prova, que juntará 400 atletas de 73 países.

Fonte da Federação Portuguesa de Vela, que é parceira da Federação Internacional da modalidade na organização dos Mundiais, disse à Lusa que a instituição “deu nota da situação da barra à Secretaria de Estado do Mar”, após os campeonatos nacionais de juniores, que se realizaram também em Tavira, em abril, e está “confiante de que os trabalhos sejam realizados a tempo”.

“Não há ainda intervenção física, a Câmara de Tavira validou o seu parecer favorável a uma proposta da Agência Portuguesa do Ambiente para fazer limpeza no canal da barra de Tavira e está prometido que essa limpeza possa acontecer no mês de junho”, afirmou Jorge Botelho.

O autarca disse esperar que “durante o mês de junho, aquilo que são as promessas, conversas e o resultado do concurso possa ter eficácia no terreno, a bem da competição e, acima de tudo, a bem dos pescadores e das pessoas que saem pela barra e todos os dias põem a sua vida em perigo”.

Jorge Botelho frisou que a prova “foi classificada como de interesse público nacional” e é “uma das mais conceituadas do mundo em vela ligeira”, com mais de 70 países e cerca de 400 atletas até aos 18 anos, tendo “influenciado decisivamente” a decisão de se avançar com o concurso.

Rui Costa, da Federação Portuguesa de Vela, disse à Lusa que também esta entidade “alertou para a situação em devido tempo a Secretaria do Estado do Mar” e, atualmente, “há alguma garantia de que a obra vai ser realizada a tempo”.

“No campeonato nacional de juniores, levámos deputados do Algarve para verem in loco não só a prova, mas também tudo aquilo que pode condicionar a realização de uma competição tão grande como uns Campeonatos do Mundo”, afirmou Rui Costa, frisando que a Federação está “confiante de que, até julho, a situação estará resolvida”.