A medalha de prata conquistada na quarta-feira pelos velejadores Pedro Câncio Reis e Guilherme Ribeiro na classe adaptada RS Venture nos Mundiais de Haia é apenas o degrau lógico de quem trabalha arduamente para ser campeão do mundo.
“A medalha de prata é como lutar e superar um objetivo há muito tempo traçado. Uma das poucas medalhas que me falta ganhar é o Campeonato do Mundo e sinto que temos trabalhado e esforçado muito e estamos cada vez mais perto. A prata é o degrau antes do ouro e o culminar de um trabalho bem feito, de grande esforço meu, do Guilherme e do nosso treinador Luís Brito, que tem sido fantástico”, elogiou Pedro Câncio Reis, em declarações à Lusa.
O segundo lugar nos Países Baixos surge depois da estreia em Mundiais, em 2022, em Omã, onde a dupla subiu ao pódio, com a medalha de bronze.
“Sonhar com o ouro é legitimo e vamos trabalhar para isso. Queremos muito chegar lá, assim como queríamos aqui. Uma etapa de cada vez. Agora temos a prata, mas sonhamos com o ouro, claro”, acrescentou Guilherme Ribeiro.
Para o velejador, este pódio representa uma conquista fruto de um “trabalho árduo”, em que diariamente a dupla pensa em “melhorar para conseguir o objetivo”, dedicando a isso “muitas horas de esforço na luta de sempre”.
Em Haia, concluíram a prova com 16 pontos, a cinco dos franceses Ange Margaron e Olivier Ducruix, enquanto os canadianos John McRoberts e Scott Lutes fecharam o pódio, com 19 pontos: venceram quatro regatas, ficaram cinco na segunda posição e apenas uma em terceiro.
“Talvez a maior dificuldade seja sempre que somos primeiros ou segundos acharmos que é fácil e perdermos o foco, achando que somos bons. O problema podemos ser nós mesmos. É importante manter o foco e a rotina estável que nos fez chegar tão longe, tão perto do primeiro lugar”, avaliou Pedro Câncio Reis.
Esse sentido de responsabilidade não colide com uma das maiores virtudes da tripulação, um forte espírito de equipa traduzido em diversão: “Eu, o Guilherme e o Luís Brito temos uma sintonia muito grande e antes das regatas estamos contentes, felizes, sempre a mandar piada”.
“Todo o peso da pressão inerente à competição é diluído e torna as coisas mais leves, sem tirar o foco”, garante, consciente de que há ainda “muita coisa a melhorar”.
Entre estas, destaca a afinação do barco, a logística de o levar para as provas ou, em competição, a forma como controlam a frota quando a lideram.
Nos Mundiais de Haia, João Pinto também foi ao pódio na vela adaptada, com o bronze em Hansa 303.
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