Portugal, Lisboa e fado foram palavras bastante ouvidas hoje em Miami, na largada da frota da Volvo Ocean Race em vela em direção à capital lusa, um facto destacado pelo presidente da edilidade, António Costa.
«Hoje falou-se mais de Lisboa em Miami do que certamente nos últimos 10 anos. Falou-se de Lisboa em todos os portos desta competição e Lisboa vai estar nas imagens durante 10 dias de todas as televisões. Este é um evento que tem mais de mil milhões de telespetadores em todo o Mundo e o nome de Lisboa e as imagens de Lisboa vai lá chegar», referiu António Costa, em declarações à Lusa em Miami.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) mencionou ainda o impacto direto que a primeira escala da Volvo Ocean Race (VOR) terá na cidade quando a frota ali chegar no dia 31 de maio e onde permanecerá até à largada a 10 de junho em direção de Lorient, França.
«Há um impacto direto devido aos milhares de pessoas das equipas e familiares que estarão em Lisboa naquelas semanas. Pelo número de turistas que poderá atrair, mas sobretudo pela enorme divulgação que vai dar ao nome de Lisboa», explicou.
A imagem da capital passará nas televisões de todo o mundo durante o “stopover” da etapa 7, após a travessia de 3.590 milhas náuticas pelo Atlântico, e um dos momentos altos será a “in-port-race” (regata no porto) de 09 de junho.
«A João Lagos Sports organizou uma corrida no porto que é fantástica, porque se desenvolve entre Pedrouços e o Terreiro do Paço e vamos ter sempre a imagem de Lisboa em pano de fundo e isso vai ser um cartão de visita extraordinário para todo o mundo», sublinhou.
A ligação de Lisboa com os desportos náuticos este ano não se esgota com a VOR. A capital portuguesa voltará a ser muitas velas desfraldadas por altura da regata de Tall Ships, em julho.
«Logo no mês a seguir teremos a regata dos Tall Ships. Lisboa é um porto em permanente atividade. Felizmente temos vindo a crescer muito no mercado dos cruzeiros, mesmo nesta época de crise. Lisboa está a construir um novo terminal de cruzeiros, vamos ganhar capacidade para continuar a crescer nesse mercado e temos estes eventos que espero sejam um incentivo para a náutica de recreio em Lisboa», fez questão em salientar.
Lisboa e o fado foram mesmo palavras muito ouvidas na “downtown” (baixa) de Miami durante a sufocante manhã de domingo. A “speaker” do evento repetiu por várias vezes aspetos da “histórica capital”, sem esquecer de mencionar o fado como canção tradicional portuguesa.
António Costa ofereceu um CD de fado ao seu homólogo de Miami, o “mayor” Carlos Gimenez, durante a tradicional troca de presentes e as bandeiras dos Estados Unidos e Portugal foram mostradas lado a lado na cerimónia de passagem do testemunho.
O presidente da CML recebeu ainda uma molhada “bênção” divina do pároco de Miami para a escala da regata em Lisboa, num momento particularmente divertido que animou a audiência presente no molho do “Bicentenial Park”.
Apesar de Miami receber a escala da sexta etapa, esse facto passou quase despercebido na cidade, habituada a um preenchido cartaz turístico.
Hoje apenas duas ou três centenas as pessoas estiveram na doca junto à American Airlines Arena para verem partir os seis veleiros em direção a Lisboa, uma constatação que serviu para João Lagos, promotor da escalar portuguesa, garantir que a VOR terá maior impacto em Lisboa.
«Sem dúvida que vamos impressionar. Não tenho uma dúvida de que vamos fazer melhor. Esse é um hábito e uma prática muito português e não estou a falar em exclusivo da Lagos Sports. Todas as organizações que têm o privilégio de ter Portugal como palco são incomparáveis e muito bem-sucedidas e prestam um enorme beneficio ao país», disse.
Um dos temas de momento em torno da Volvo Ocean Race será o figurino nas próximas edições.
A organização divulgou sexta-feira que já existe uma lista de 33 cidades candidatas para acolher as edições de 2014 e 2017, mas apenas divulgará o alinhamento dos “stopovers” após o fim da presente edição, a 11.ª – inicialmente a prova chama-se Whitbread -, em Galway, na Irlanda, no dia 07 de julho.
«Sem dúvida que estaremos nessa ‘short list’. No entanto, há uma enorme expetativa para o que se vai passar em Lisboa entre 31 de maio e 10 de junho. A fasquia está bastante alta e esperamos que, com essa demonstração das nossas capacidades, que com isso venhamos a conseguir o ‘passaporte’ para futuras edições», rematou João Lagos.
Classificação na largada de Miami:
1. Telefonica (Esp/Iker Martinez) 165 pontos.
2. Groupama 4 (Fra/Franck Cammas) 158.
3. Camper (NZL/Chris Nicholson) 152.
4. Puma (EUA/Kenny Read) 151.
5. Abu Dhabi (EAU/Ian Walker) 74.
6. Sanya (Chi/Mike Sanderson) 27.
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