A equipa de jovens velejadores portugueses que conquistou o terceiro lugar na Taça América Júnior, em Sã Francisco, Estados Unidos, admitiu hoje que o resultado foi inesperado e, por isso, um sonho tornado realidade.
«Era um sonho, mas nunca pensámos que fosse possível. Todas as equipas eram muito fortes e nunca pensámos chegar sequer ao pódio», disse hoje António de Mello, um dos elementos da ROFF/Cascais Sailing.
A equipa, treinada por Álvaro Marinho e composta pelos irmãos António e João de Mello, Bernardo Freitas, Ricardo Schedel, Manuel Arriaga e Cunha, João Matos Rosa e Paulo Manso, foi hoje homenageada pelo presidente da Câmara de Cascais, pelo feito alcançado há cinco dias em São Francisco na primeira edição da versão júnior da histórica prova de vela da America's Cup.
O segredo do sucesso, revelou António, foi o trabalho em equipa.
«As outras equipas até podiam ser individualmente mais fortes, mas nós já nos conhecemos há muitos anos, sabemos tudo uns dos outros e já temos muitas horas de mar juntos e penso que isso foi essencial para termos conseguido», disse.
A equipa mostrou-se também muito orgulhosa por ter colocado o nome de Portugal nos primeiros lugares da vela.
«Foi um mês muito intenso, marcante e estamos muito satisfeitos com o nosso trabalho. É um feito para Portugal e para a vela nacional», afirmou Bernardo Freitas.
O momento de confirmarem a classificação foi vivido com grande euforia e emoção.
«Quando anunciaram que a competição tinha terminado e que tínhamos acabado em terceiro lugar foi uma enorme festa. Saltámos e alguns até choraram», contou Bernardo.
Por agora, acrescentou, ainda é tempo de festejar, mas há que pensar em continuar a trabalhar.
Na homenagem de hoje, o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, enalteceu o trabalho da jovem equipa que, em jeito de brincadeira, considerou ser composta pelos "Ronaldos" da vela portuguesa.
«Em Portugal só se dá importância ao futebol, mas há que reconhecer que temos talentos noutras modalidades e este resultado é prova disso», afirmou o autarca.
A próxima Taça América júnior deve disputar-se apenas daqui a quatro anos, à semelhança da prova sénior, pelo que nenhum dos tripulantes portugueses participará no evento que serve de lançamento para a mais importante prova de vela internacional.
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