O finlandês Kalle Rovanperä sagra-se bicampeão mundial de ralis no domingo se somar no Rali do Centro Europeu pelo menos os mesmos pontos que britânico Elfyn Evans, também em Toyota Yaris e único adversário na luta pelo título.
Com duas provas ainda por disputar, este rali e o do Japão, em novembro, Rovanperä tem 31 pontos de vantagem sobre o seu companheiro de equipa, quando ainda estão 60 em disputa (25 por cada vitória, mais cinco pontos extra em cada uma das duas 'power stages').
Assim, Rovanperä, que, em 2022, se tornou no mais novo campeão mundial de sempre, com 22 anos, pode festejar o segundo título seguido e ser o sexto piloto a revalidar cetro se terminar o Rali Centro Europeu com mais de 30 pontos de diferença à entrada da última prova da temporada.
Já uma vitória de Evans, por outro lado, garante que a luta segue acesa para a última ronda, no Japão, de 16 a 19 de novembro.
Caso se sagre bicampeão, Rovanperä iguala o seu compatriota Marcus Grönholm (2000 e 2002), o espanhol Carlos Sainz (1990 e 1992), o italiano Miki Biasion (1988 e 1989) e o alemão Walter Röhrl (1980 e 1982). Com mais cetros só os franceses Sébastien Loeb, recordista, com nove, Sébastien Ogier, com oito, e os também finlandeses Juha Kankkunen e Tommi Mäkinen, com quatro cada.
E a Finlândia poder tornar-se no país com mais títulos, conquistados por um total de oito pilotos, desempatando com a França, cujos cetros foram amealhados por apenas três.
“Com duas provas por disputar, a distância para o Kalle é grande mas ainda não acabou”, frisou Evans, citado pelo comunicado de imprensa da Toyota.
Este é cenário que contrasta com o que se vivia no ano passado por esta altura, em que as contas do título estavam já arrumadas, conferindo mais pressão nas duas últimas rondas de um campeonato de 13 provas.
“Quando a luta é entre dois colegas de equipa, é mais amigável e justa pois ambos têm o mesmo carro. Por isso, acredito que esta [disputa] também seja boa”, sublinhou, por sua vez, o campeão em título.
Com 11 provas já disputadas esta temporada, o finlandês conta três vitórias (em Portugal, na Estónia e na Grécia), contra dois de Evans, na Croácia e na Finlândia. Os restantes foram repartidos por Ogier (Toyota Yaris), com três, Ott Tänak (Ford Puma), com dois, e Thierry Neuville (Hyundai i20), com um.
Este Rali do Centro Europeu marca o regresso a pisos de asfalto, sete meses depois do último, o Rali da Croácia (vencido por Evans). A outra prova disputada em asfalto, o Rali de Monte Carlo, foi conquistada por Ogier.
Nada que retire a confiança ao campeão em título e favorito à conquista do título.
“Estou confiante de que pode ser um bom evento para nós. Este tipo de rali de asfalto normalmente adequa-se bem às minhas características e já tive bons resultados neste tipo de estradas”, frisou Rovanperä.
Mas esta prova representa, também, um marco histórico para o Mundial de Ralis. É que, pela primeira vez, uma ronda do campeonato é disputada simultaneamente em três países.
A prova está sediada na Alemanha mas tem também classificativas na República Checa e na Áustria, o que, segundo Evans, representa um desafio acrescido.
“Vamos dar o máximo para estarmos fortes nos dois ralis que faltam para o final da temporada e continuarmos a pressionar o líder. Esta vai ser uma prova nova para todos e, com especiais em três países diferentes, precisamos de encontrar uma afinação que funcione em todo o lado”, concluiu Evans.
O Rali Centro Europeu, que vai ser disputado entre quinta-feira e domingo, está sediado em Passau, na Alemanha, vai ter 18 especiais, num total de 310 quilómetros cronometrados.
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