Os resultados definitivos da sessão indicam que os índices Dow Jones Industrial Average e Nasdaq recuaram 1,08%, ao passo que o alargado S&P500 perdeu 1,16%.

O setor bancário (cujo conjunto no S&P500 perdeu 2,39%) arrastou o índice alargado para baixo, para o que também contribuiu o da energia (-4,28%), que caiu no seguimento da baixa das cotações do petróleo.

A solução encontrada na véspera pelas autoridades para fazer comprar o banco First Republic -- à beira da falência -- pelo JPMorgan, o maior banco dos EUA, não pareceu convencer os investidores do fim das turbulências bancárias.

Os bancos regionais concentraram as apostas na baixa. O PacWest Bancorp e o Western Alliance, que foram suspensos durante a sessão por várias vezes, dada a sua volatilidade, acabaram com quedas respetivas de 27,78% e 15,12%.

Os pesos pesados do setor foram todos sancionados, desde o JPMorgan, que recuou 1,61%, até ao Wells Fargo (-3,84%), passando pelo Bank of America (-3,03%) e Goldman Sachs (-2,11%).

"O medo está de regresso ao setor bancário", comentou Adam Sarhan, da 50 Park Investments. "O medo é um sentimento muito forte em Wall Street. Quando entra pela porta, a lógica sai pela janela", acrescentou.

A perspetiva de uma nova subida da taxa de juro de referência pela Fed, na quarta-feira, acentuou também a pressão sobre os bancos, adiantaram vários analistas.

"A Fed deve considerar" as dificuldades bancárias "como um acontecimento que muda o cenário", afirmou Karl Haeling, da LBBW, e deixar de considerar que os bancos (apenas) sofrem os custos de "casos isolados de má gestão".

A severa subida da taxa de juro de referência por parte da Fed, que dita o nível de todos os créditos e rendimentos, mudou, com efeito, o perfil de gestão da banca.

"Os investidores estão a pressionar a FEd para que desça a taxa de juro", prosseguiu Adam Sarhan.

Em todo o caso, acentuou Karl Haeling, o banco central deve evitar uma linguagem "estrita" depois da sua provável última subida de taxa de juro de referência, na quarta-feira, e dar a entender que uma pausa é provável. Tanto mais que este endurecimento das condições de concessão de crédito vai arrefecer a economia.

Estes receios de recessão e uma queda da procura suscitaram mesmo a queda forte as cotações do petróleo, superiores a cinco por cento. Em resultado, a Exxon Mobil perdeu 3,99%& e a Chevron 4,31%.

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Lusa/fim