O meu título de ontem era «treinadores organizem-se».Nesse trabalho também escrevi que era bom para o futebol que os italianos apresentassem um antídoto para neutralizar o quase imbatível futebol dos espanhóis e que não repetissem o resultado negativo de 4-0 no final do Europeu de 2012.
E não é que o treinador italiano organizou um modelo de jogo que só não resultou porque a elasticidade e os reflexos de Casillas evitaram com duas espetaculares defesas um par de golos a remates de cabeça de Maggio y De Rossi.
Cesare Prandelli, idealizou um modelo diferente, o qual resultou em pleno nos 45 minutos iniciais, período onde os italianos foram nitidamente superiores aos espanhóis.
Claro que a Espanha não se adaptou ao modelo 5x3x2, o qual foi muito bem interpretado e resultou, dado que a Espanha nesse tempo só rematou com perigo uma vez, por intermédio de Torres.
É óbvio que este modelo, como todos os outros, tem lacunas e virtudes.
Contudo, Vicente del Bosque não reagiu com uma resposta tática contraditória e aceitou com toda a hombridade que os italianos jogaram melhor sobre todo na primeira metade.
Cesare Prandelli disse «jogamos cara à cara com a Espanha, realizamos uma boa primeira parte, mas foi impossível manter o ritmo e a intensidade. Devemos insistir com mais convicção neste estilo. É a nossa maneira de jogar e às vezes sai bem outras não».
Os treinadores devem estar preparados para tentar anular e superar os opositores. Del Bosque deveria compreender que quando a Itália tinha a bola, jogava em 3x5x2 e saia a jogar pelas alas onde a falta de acompanhamento de Pedro e de Silva, a Magio e Giaccherini, deixavam Alba y Arbeloa sem apoio.
Neste caso o quinteto ficava com superioridade no corredor central e avançava veloz para a zona de finalização, colocando 3 a 4 jogadores nas imediações e dentro da grande área dos espanhóis.
Prandelli pode dizer que este é o melhor modelo para o futebol italiano, mas não pode dizer, é que às vezes sai, e outras não saem!
Este jogo demonstrou que os espanhóis não são imbatíveis. Ontem não fora a sorte do jogo e Casillas, e talvez, a Itália era finalista. Os transalpinos mereciam pelo que fizeram na etapa inicial, mas depois o jogo tornou-se equilibrado. Nos penaltis só Bonucci desvirtuou. Foi um jogo intenso, emotivo e bem jogado. Quando as seleções, a Espanha realizou 683 passes e só falhou 84, e a Itália fez 611 passes perfeitos e só errou 92. Está tudo dito. Qual tática qual carapuça!
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