Falar de árbitros levanta sempre polémica, por isso raramente nas minhas crónicas, analiso as suas atuações. Até porque os clubes umas vezes são prejudicados e outras beneficiados pelos erros involuntários da equipa de arbitragem.
Contudo, para um jogo decisivo é importante que o árbitro escolhido tenha capacidade psicológica para abordar este clássico, convicto que nada nem ninguém o perturbará. João Ferreira terá de interpretar este clássico com convicção, personalidade, serenidade e competência.
O árbitro é considerado pelos facciosos como o mal-amado do futebol. O fanatismo dos adeptos não compreende que a equipa de arbitragem também deseja ser a melhor em campo. Porém, a sua missão torna-se mais difícil e complicada quando os jogadores não colaboram. Contudo, não deve inibir-se, mas sim impor-se e fazer cumprir as leis de jogo.
Os árbitros decidem em frações de segundo, enquanto os críticos depois de reverem os lances de vários ângulos e em várias repetições afirmam perentoriamente que o árbitro se enganou ou não. Os árbitros são superiores aos críticos, dado que têm de reagir de imediato, enquanto os críticos são lerdos a encontrarem as certezas.
Apesar de na época 2009/10 se especular que o árbitro setubalense em 19 jogos tenha mostrado 8 cartões vermelhos e 90 amarelos. Estava dentro da média das diversas arbitragens ou seja 5,1 cartões por jogo, aliás nos 4 jogos que apitou esta época tem praticamente a mesma média.
Todavia, nos jogos entre estes dois candidatos, é tal a ansia de vencer que os jogadores interpretam o encontro com demasiada agressividade. Não é por acaso que nos últimos 6 confrontos entre eles, a média subiu para 9,5 cartões por desafio. Face a estes dados, posso enganar-me, mas acho que amanhã as equipas não terminam o jogo com 11 elementos.
Se os jogadores repetirem o mesmo comportamento e a mesma atitude agressiva este jogo para o árbitro será de alto risco. João Ferreira não se deve deixar intimidar, pelos jogadores e terá de agir em conformidade com as regras do jogo.
O árbitro nestes jogos (e em todos) tem de ser decidido e não pode hesitar. Tem de estar convicto que reagiu bem em todas as suas decisões. Se fica com dúvidas, enerva-se, baralha-se e perde o controlo do jogo. Alguns títulos já foram ganhos por decisões precipitadas e incorretas.
Desejo que João Ferreira tenha uma arbitragem exemplar digna da confiança de quem o nomeou. Que não falhe nem involuntariamente. Espero para bem do futebol e da arbitragem que o resultado final não tenha a mínima influência do quarteto de juízes, no jogo de amanhã.
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