O Zenit ao empatar com a ”reserva” do Atlético mostrou que é uma equipa de segunda linha incomparável com o representante espanhol, e infelizmente o Porto está ao mesmo nível dos russos. Ambos têm algo em comum. Nenhum venceu em casa, que é o local onde se decide a qualificação desta prova, e ambos dependiam de terceiros: o Porto antes do encontro de São Petersburgo e depois o Zenit aguardava o desfecho do Dragão.
Quem depende dos outros demonstra não ter capacidade para se impor, e por isso a presença do FC Porto nos oitavos está periclitante. Porém, uma destas duas equipas vai prosseguir. Mas não se sabe qual, dado que ambas continuam sujeitas aos próximos resultados.
Surpreendente foi também a atitude com que o Porto reagiu ao empate dos russos. Com a continuidade na Liga Milionária ao seu alcance, esperava-se que agarrassem essa excelente oportunidade para continuarem na Liga Milionária. Frente ao Áustria de Viena, que ainda não tinha marcado nenhum golo, a equipa deveria iniciar o jogo desinibida, entusiasmada, descontraída, demolidora, determinada, arrasadora e confiante na sua superioridade, sempre pronta a expelir fogo como um verdadeiro dragão. Ao invés, entrou nervosa, apática, tensa, receosa e inibida de tal forma que a bola queimava os pés e o futebol não surgia.
A segunda parte teria de ser diferente para muito melhor, e até foi. O golo aos três minutos relançou as esperanças dado que o Porto tinha todo o tempo do mundo da segunda metade para vencer. A equipa moralizou-se e empurrou ainda mais o Áustria Viena para o seu meio campo. E na verdade o Porto não foi feliz na concretização, pois para lá dos remates fora do alvo, teve pelo menos quatro flagrantes oportunidades, as quais foram negadas por Heinz Lindner.
Alex Sandro, não merecia isto (enorme exibição), e Danilo, mesmo tendo cometido um erro penalizante para a equipa, foram os que mais municiaram os avançados. Contudo, esse constante caudal na segunda parte esbarrava nos diques defensivos dos austríacos. Sabemos que o hábito dos laterais e dos extremos, tal como os possíveis receptores, está enraizado no futebol imitativo. É por isso que os cruzamentos raramente resultam. É importante reflectir como criar e inovar colocações, movimentações e corretas bordagens aos lances para que estes se tornem eficazes. Creio que se os treinadores pensassem e investigassem criariam situações eficazes com as quais tornariam mais fácil e eficiente o futebol das suas equipas.
Hoje temos o Benfica na mesma situação de dependência pois precisa que o PSG vença os gregos, mas só essa vitória não chega. E como Jesus diz que: «Todas as equipas são muito equilibradas e todas têm possibilidades de vencer. Como é normal, face à classificação, é muito melhor para nós que o PSG ganhe, mas isso é secundário. Estamos preocupados em fazer o nosso trabalho, porque, se não vencermos, não vale a pena pensar nesse jogo».
Como se sabe este jogo é importante não só desportiva como financeiramente. Tudo pode suceder, dado que ambas as equipas estão distantes do seu melhor. O Anderlecht perdeu com o Charleroi e o Benfica vem de uma apagada exibição. O Porto e o Benfica não têm cumprido o projecto europeu. A crise, mantêm-se e ambos neste regresso aos “mercados” podem ainda colher receitas extraordinárias.
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