Cristiano Ronaldo tem toda a razão em não desculpar a irresponsável, caricata, ridícula e burlesca cena de imitação que Joseph Blatter proporcionou na Universidade de Oxford onde elogiou Messi e incorretamente desprestigiou e desrespeitou Cristiano Ronaldo.
O presidente da FIFA, ou não estava no seu perfeito juízo, ou não mediu as graves e lesivas consequências das suas palavras. Blatter pode pensar que admira mais Messi do que Cristiano, mas por inerência do cargo, não o deve dizer. Em vésperas da entrega da Bola de Ouro, afirmar que Messi é o grande favorito, é inadmissível.
Agora tenta de várias formas chegar à conversa com Cristiano Ronaldo para lhe apresentar as suas desculpas. Porém o nosso capitão diz, «o mal já está feito». E não só recusa dialogar com ele como também não lhe aceita as desculpas. Neste caso o aforismo, “as desculpas não se pedem, evitam-se”, assenta como uma luva branca.
Face à impossibilidade em contactar Cristiano Ronaldo, Blatter esperava marcar um encontro em privado com ele no dia da entrega do troféu em Zurique. Mas como Cristiano Ronaldo não tenciona ir ao evento, não só para evitar Blatter, mas também pelo marketing da FIFA que anuncia Messi e Ribéry como os mais fortes candidatos à Bola de Ouro, ele acha que não respeitam o seu trabalho e por isso não vai. Fica adiado o encontro.
Cristiano, para além do respeito que todos os desportistas devem ter com ele, merece tudo o que tem. É um bom filho, ótimo irmão e excelente pai. Veio em menino do Funchal para Lisboa onde cresceu e se fez jogador, em Alvalade. Ainda adolescente transferiu-se para o Manchester onde amadureceu, se fez homem e explodiu todo o seu potencial futebolístico que faz dele um dos melhores jogadores do mundo.
A sua vida demonstra que é um lutador, um vencedor. É um jogador completo, um trabalhador incansável. A forma como treina e se dedica ao futebol faz dele, um dos melhores profissionais do desporto. É um homem de fibra, aplica-se e entrega-se ao jogo a cem por cento. É um jogador irreverente e continuamente ambicioso, não gosta de perder e tenta sempre, pelo menos, estar ao nível da concorrência. E nestas flutuações do ser e não ser, já mostrou que é superior.
Penso que este triste episódio de Joseph Blatter acaba por ser benéfico para Cristiano Ronaldo, vai pesar a seu favor na decisão dos votantes. As consequências do caso, aliadas ao excelente ano que tem realizado, que só por si lhe dá o direito e margem qualitativa para vencer a Bola de Ouro, reforçam as suas possibilidades de vencer.
Mas ganhe ou não ganhe, o nosso jogador, dada a forma como vincou a sua personalidade ao ignorar Blatter, para mim e para a grande maioria dos portugueses, já ganhou o prémio.
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