O Futebol é um jogo de paixões, de sentimentos coincidentes e antagónicos. Os adeptos simpatizam e odeiam. Criam empatia com este ou aquele jogador. Preferem, escolhem e opinam levianamente que o treinador deve ser o “fulano de tal”. Argumentam táticas, formam as equipas. Odeiam e desvalorizam o treinador por este não colocar a jogar os seus jogadores preferidos. A vida de treinador é muito complicada, a sua continuidade nos clubes está cada vez mais dependente dos resultados. Se as coisas correm mal ninguém o poupa.
O seu trabalho é escalpelizado até à ínfima. Pelos adeptos e pela comunicação social, a qual tem alguns “especialistas” de futebol que escalpelizam as situações com a sabedoria do treinador que lhe vai na alma. Solicitam modelos, substituições, criam cenários incongruentes, rotulam os jogadores por números, o 6, o 8, o 10… e à sua maneira peroram as missões de cada um na equipa.
"De treinador e de louco todos temos um pouco". É verdade. Em cada ser humano que goste de futebol há um “treinador”. O treinador de uma equipa está sujeito a ser idolatrado ou assobiado durante e no final dos jogos por milhares de “treinadores” em potência. Neste contexto entende-se que quem percebe menos de futebol é o Treinador profissional…
A passagem de "bestial a besta" depende das derrotas e das más exibições. É o que se passa neste momento com Sá Pinto. O contrário também já lhe aconteceu. Após ter alcançado os bons resultados no comando dos juniores, criou-se uma aura à volta de Sá Pinto, muita alimentada por entidades do clube que o promoveram a treinador principal. Inicialmente as exibições não foram as melhores, mas depois de o Sporting ter eliminado com mérito o Manchester City, a equipa fez ótimos jogos.
Porém, o apoio e a credibilidade de Sá Pinto começaram a desvanecer-se no final da época passada. Quando o Sporting tinha como propósito três objetivos: a ida à Liga dos Campeões, a passagem à final da Liga Europa e vencer a Taça de Portugal. No momento da verdade os leões perderam tudo. A desconfiança da capacidade do treinador aumentou com a inesperada derrota na final da Taça de Portugal.
Hoje, a situação de Sá Pinto é instável. Os adeptos, mesmo aqueles que o escolheram e o idolatraram, e que viram nele o seu treinador, pelo facto da alma, das garras e do coração de leão, já não estão com ele. Contudo, o futebol tem ciclos. É mutável e complexo. Se o Sporting ganhar os dois próximos jogos no Alvalade XXI, (Gil-Vicente e Estoril), e se vencer o Videoton tudo se altera, tudo se acalma. Depois vem o jogo no Porto que pode ser a redenção de Sá Pinto. Senão?...
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