Faltam muitas finais! E os níveis emocionais porventura vão superar o equilíbrio racional quer dos treinadores quer dos jogadores. Luís Castro, o novo treinador do Porto relembrou esse fator como decisivo para ganhar jogos. Eu diria campeonatos. Até porque as cargas emocionais das vitórias e derrotas vão ganhando cada vez mais impacto na classificação final e na gestão dos objetivos que faltam até ao fim.
Pelo que se viu este fim-de-semana, andarão em alta os níveis emocionais quanto mais se aproximar o final da nossa Liga. Os objetivos começam a ficar mais distantes para algumas equipas e isso mexe com a estrutura mental de todos. Para os que estão a superar as expetativas iniciais é mais fácil se conseguirem gerir de modo a não alterar de forma abrupta o dia-a-dia dos atletas. 
Como fará um treinador para gerir os níveis racionais e emocionais dos seus atletas? E os seus? As equipas vão denotar, para lá da possível quebra física do Porto e Benfica por causa das provas europeias (estranhamente o Sporting fisicamente não esteve tão robusto em Setúbal como se poderia supor), quebras emocionais que terão de ser colmatadas com um trabalho de muito acompanhamento técnico.
O treinador não pode denotar esses desvios. Porque irão contagiar a sua equipa. E poderão contagiar com maior desconfiança, ansiedade e desalinhamento. Alguns exemplos e questões:
- Qual o intuito de Jorge Jesus ao afirmar que a equipa poderia ter ganho 5-0? Pode ser um comentário ‘pessoal’ relativamente à perda de pontos na época passada? Ou dirigido a Marco Silva por estar constantemente a ser apontado ao Porto? O que pensarão os seus atletas disto?
- Leonardo Jardim ao afirmar que a sua equipa foi prejudicada pretende tirar algum peso exibicional à sua equipa uma semana antes do duelo contra o Porto? Emocionalmente como estará esta equipa leonina para o que resta do Campeonato, especialmente quando estão a ter um desempenho acima das expetativas iniciais?
- Relativamente ao Porto haveria muito para abordar. As declarações do novo treinador tentaram ser mais inclusivas dos adeptos, focalizou nos títulos todos que existem para conquistar e num pormenor muito importante! Luís Castro, ao contrário de Paulo Fonseca, é portista e vive a cultura do clube. E isso ganhará pontos. Mas ter-se-á de dar algum crédito à afirmação de Jesus, se substituir treinador desse logo resultados, a solução era fácil. 
A racionalidade com que estes três candidatos vão encarar os próximos desafios será interessante de acompanhar:
- Duelo Sporting – Porto: algum ou os dois irão perder pontos. Qualquer resultado que não seja a vitória do Sporting, ditará um final de época emocionalmente difícil para os lados de Alvalade.
- Jogo do Nacional – Benfica: A distância é grande, mas qualquer percalço do Benfica será analisada ao máximo para tentar-se colar aos dois últimos anos. 
- Duelos europeus: Porto e Benfica com jogos difíceis. Desgastantes contra adversários competentes. Porto terá de subir muitos degraus para estar ao nível do Nápoles, o que prossuponha uma subida fantástica por parte do trabalho de Luís Castro. Benfica estará até que ponto mesmo focado no campeonato interno?