Contra os turcos, jogar, jogar. Parece ter sido este o mote da nossa Seleção no dia de ontem em Dortmund. Na batalha da segunda jornada, 15 mil bravos portugueses calaram 60 mil turcos. Não foi Aljubarrota mas os turcos comeram com três pãezinhos no bucho.
Nas bancadas haviam muitos adeptos, não de futebol mas do "Masterchef". Eram cartazes a falar de bifanas, francesinha, cabidela, tudo valia para deitar abaixo os "Kebabs", mas no fim, com cinco euros no bolso adivinhem onde toda a gente foi comer...pois.
Quanto ao jogo, Roberto Martinez apercebeu-se da trapalhada em que se meteu na primeira jornada e fez a devida alteração no onze, colocando Palhinha no meio campo. Solidez defensiva e pau nos turcos.
Os turcos entraram feitos "galifões" em campo, mandaram-se para cima da nossa equipa como se não houvesse amanhã e por momentos até parecia que iria ser um jogo equilibrado. Enganaram-nos bem aqueles primeiros seis minutos, foi como se estivesse a ver a saga do "Matrix", primeiro filme top, mas os seguintes, valha-nos Nosso Senhor.
Portugal pouco antes da meia hora marca por Bernardo Silva e pouco tempo depois faz o segundo golo pelos pés daquele que é o nosso melhor marcador, calma não foi o Cristiano Ronaldo, mas sim o "Auto Golo". Este craque já vai no seu segundo golo por Portugal em dois jogos e esperemos nós que continue a este ritmo. É que com "Auto Golo" a favor por dia, nem sabe o bem que à Seleção faria. Este tipo se jogasse no Benfica já valia uns 100M€.
Num lance muito caricato, mas daqueles que fica para a História, Akaydin, ao passar para o seu guarda redes, passou para a sua baliza deserta. Pelo que me apercebi, a culpa foi de um primo dele, que apostou que o homem não conseguiria marcar um golo neste Europeu. Já se sabe como os turcos gostam de jogo, é de jogo e de trabalhar pouco segundo o especialista social André Ventura.
A verdade é que se a construir aeroportos eles são rápidos, a levantar voo e cair ninguém bate o Rafael Leão. O jogador português já fez mais simulações no Euro24 do que eu para o IRS24.
Fazendo jus ao seu nome Leão, este homem passa mais tempo deitado na savana do que a jogar à bola.
Ao intervalo, Martinez poupa os dois amarelados e lança em campo Pedro Neto e Rúben Neves.
A toada do jogo manteve-se e perto dos 60 minutos, Cristiano Ronaldo isolado faz o que normalmente não faz, passou a Bruno Fernandes para este fechar a contagem.
Três a zero para Portugal, três pontos no bolso e o apuramento o primeiro lugar do grupo garantido. Assim fácil, sem desespero, sem calculadora, sem rezar aos santinhos e até estamos em tempo deles, nem parece verdade. A mim tira-me todo o gosto em continuar a ver o Europeu até ao jogo dos oitavos de final no dia 1 de Julho. Honestamente acho que vou ver a novela, a tal "Promessa" que a SIC tanto falou no primeiro jogo em vez do Portugal-Georgia.
Todos destacam a humildade de Cristiano Ronaldo em passar a bola ao Bruno em vez de tentar o golo, mas esquecem-se meus amigos inocentes, de que aquela assistência lhe vale o recorde de assistências em Europeus. O Rei não falha nestas coisas.
O grande destaque para mim deste jogo foi Pepe. O homem tem mesmo 41 anos? Não pode, eu tenho quase 40 e à beira do Pepe pareço um velhote com os pés para a cova. O central português nascido em Maceió, aquela freguesia "ali perto" de Vila Real é a verdadeira definição de Vinho do Porto, que segundo dizem, quanto mais velho melhor. Na prática é uma treta, pois de todos os vinhos do Porto só o "Vintage" bem conservado envelhece na garrafa e é se estiver deitado.
Depois desta pequena aula de Enologia, despeço-me com carinho e amizade.
Estive a refletir, a pensar melhor na minha vida e na minha saúde mental vou abdicar das novelas e se calhar vou ver o Portugal-Georgia.
Viva o Futebol, viva Portugal!
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