A UEFA vai proibir o mercado paralelo dos passes dos jogadores. Num futuro próximo, os passes dos atletas pertencerão simplesmente aos clubes. A UEFA vai estabelecer um período transitório para que os clubes negoceiem com os investidores dos fundos a aquisição dos passes a cem por cento.
Na realidade não faz sentido que um jogador, um ser humano, ser propriedade de terceiros e ser vendido como mercadoria. Esta espécie de “escravatura” não é admissível nem deveria ser permitida nem no futebol, nem pela sociedade democrática.
Tal como os responsáveis do futebol não permitem que nenhuma empresa ou pessoa seja “dono” de mais de um clube, não faz sentindo que uma mesma empresa ou fundo seja gestor de jogadores em diversas equipas. Sabendo que existem resultados manipulados, eticamente é importante neutralizar todas as hipóteses possíveis face a este conflito de interesses.
Este é um grande negócio para os investidores. Os clubes também, em certa medida, têm algumas vantagens financeiras. Não pelo que lucram nas transferências, mas sim no que poupam nas mesmas. Ou seja, podem ter ao seu dispor um jogador que lhes custou somente uma pequena percentagem.
Contudo, existe o reverso da medalha. Pagam os ordenados por inteiro, valorizam o jogador e “chucham no dedo” quando só recebem consoante a percentagem. Por outro lado, interessa aos detentores dos fundos transferir os seus “ativos” constantemente. Quanto mais transferências, mais rentáveis são os lucros.
Já há muita gente a viver à custa do futebol. Uns de uma forma correta, outros que usufruem de luvas, de percentagens e de comissões por “baixo da mesa”. A UEFA está atenta e chegou à conclusão que esta situação não se ajusta com a filosofia económica e futebolística do fair play financeiro. Este é uma ação profilática para os clubes gerirem adequadamente as suas finanças. Face à crise económica mundial, é tempo de os clubes não pensarem em “cavalarias altas”.
Se não têm dinheiro não podem ter vícios. Por isso devem rejeitar investimentos de “agiotas” para contratarem jogadores que não estão ao alcance das suas bolsas. A UEFA e a FIFA, como entidades reguladoras do futebol, sabem que estes negócios não são bons, nem para o clubes nem para os jogadores. Até porque as vendas das percentagens dos passes aos fundos não poderá entrar como receita na nova legislação de fair-play financeiro.
Este negócio é extremamente lucrativo. Está espalhado por todo o mundo. Um banco de investimentos baseado no Dubai anunciou o lançamento de um fundo voltado para o futebol, com o objetivo de oferecer uma alternativa para oportunidades de investimentos tradicionais.
Esse fundo de instituições e de pessoas físicas com alto património líquido no Médio Oriente e outros mercados emergentes espera lucrar milhões de euros neste negócio.
Outro fundo do qual fazem parte alguns empresários nacionais usufruiu um retorno lucrativo na venda de vários jogadores, o qual rendeu, em média, 69,26%”.
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