Falar do que se ouve e vê é falar das nossas realidades sobre o que vemos ou ouvimos. Ou seja, uma análise de comportamentos e pensamentos que são feitos por outra ou outras pessoas, e que são analisadas pelos nossos padrões. Mas a análise da liderança ou de um treinador é um pouco esta luta: uma análise do que alguém vê ou interpreta ou a análise do próprio líder e treinador e ter também um enviesamento.
Perante isto, vamos ao caminho que Rui Vitória refere em quase todas as conferências ou sempre que tem oportunidade. Que caminho será esse? Rui Vitória é um treinador com uma visão de trabalho e isso percebe-se. Todos gostam de vencer, mas cada treinador tem o seu modo de lá chegar. As palavras e a repetição do caminho é de alguém que se baseia numa visão de alcançar as vitórias e os triunfos com uma visão muito concreta do modo como deseja chegar lá.
Poderíamos supor que Rui Vitória quereria um plantel com mais opções, sim, mas se calhar muito na linha de jogadores para formar e com potencial. Esse será o caminho, porque o destino já tem e deverá existir sempre em clubes como o Benfica: vencer. E talvez seja aqui onde o discurso sofre mais hiatos, mais partes de um filme que é mal explicado na minha opinião.
Existe algo que não mudará em breve, para o bem de Luís Filipe Vieira: a necessidade de vencer fruto das expectativas criadas regularmente e das condições existentes. Isso é um facto, um contexto. E isso não pode variar consoante o que o treinador pensa ou não pensa. Como ele gere esta situação é que é talvez o cerne da questão.
Rui Vitória, pela acessibilidade do discurso, refere e justifica que este caminho chegará a algum lado. E aos poucos esse lado que Rui Vitória assume que deseja vai chegando em termos de introdução de jogadores, alteração do modo como os jogadores se dispõem em campo e provavelmente, a questão que os benfiquistas discutem é se o tempo que demorará a trazer resultados será já ou não. Como não há receitas e milagres, é esperar para ver.
Para já, e quanto a factos, sete jogos oficiais e três derrotas. Dos sete jogos, as três derrotas ocorreram foram fora e em campo neutro. Dos sete jogos, dois foram contra os rivais Porto e Sporting. Do plantel a questão é saber se é mais ou menos fraco que o do ano anterior em termos de individualidades. E a resposta é claramente sim. Menos qualidade, perda de três jogadores que jogavam de olhos fechados com os restantes e uma duvidosa qualidade dos que chegaram e da necessidade de tempo para se integrarem mesmo que tenham a qualidade para substituir Salvio ou Lima, porque Nelson Semedo no final da época fará esquecer Maxi, apesar deste ter sido um excelente profissional no Benfica e estar a fazer um bom início no Porto.
Perante isto, há um caminho traçado… é ver no que dá, dirão os benfiquistas.
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