O caminho faz-se caminhando e os títulos alcançam-se ganhando mais vezes que os concorrentes. É precisamente o que o Benfica está a fazer. Nalguns jogos apesar de encontrar alguns escolhos continua a caminhar seguro, e avança. Noutros acelera e tudo corre bem. Resultado: caminha firme para a conquista do campeonato. E vinte e três anos depois encontrou a rota para uma final europeia e finalmente tem o Jamor aqui tão perto. Foi, e ainda é, longa a árdua caminhada, mas quanto mais se sofre, maior é a felicidade quando se alcança o desejado.
Tínhamos escrito que por se estar em final de temporada as equipas estão espremidas e o Benfica não fugia à regra, embora salvaguardasse que as Águias ainda tinham algum sumo. Também falámos da rotatividade, a qual faz parte da estratégia de Jesus ao poupar e recuperar jogadores,
Talvez por isso é que ao contrário dos últimos três jogos, em que a equipa esteve emperrada, desligada e presa de movimentos, não surpreenda a renovada dinâmica, nem a velocidade apresentada no jogo de ontem.
Também a capacidade volitiva é na maioria das vezes decisiva. A vontade, a entrega e a determinação, estimulam a motivação e geram uma atitude e um comportamento positivo. Diz-se, «quando um homem quer as coisas acontecem». Neste caso será: quando uma equipa quer a vitória acontece.
Falámos dos infernos e avisámos que os turcos seriam diabolizados no inferno da Luz. O apoio do 12º jogador é o grande galvanizador da equipa. Os jogadores nesse momento de grande empatia, pensam - Qual cansaço qual carapuça com este entusiasmo e este calor humano até vamos buscar forças onde não as há.
A boa exibição de ontem deve-se a vários fatores. Fisicamente o Benfica superou os turcos que estoiraram completamente na segunda parte. Também as constantes movimentações e as relações setoriais desequilibraram o fraco e desorganizado Fenerbahçe, que taticamente nunca existiu e ao defender mal nas imediações da grande área poderia sair da Luz com uma goleada face ao volume atacante do Benfica. Este jogo serviu ainda para recuperar alguns jogadores que estavam em decréscimo: Maxi Pereira, Enzo Perez e Cardozo. E sobretudo devolveu ao futebol das Águias intensidade, lucidez e por vezes brilhantismo.
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