Desde há muitos anos que não vivia uma passagem de ano. No princípio porque o rali partia no dia 1 e aqueles dias que antecedem o início da prova são sempre muito cansativos. Assim, já não tinha coragem de me manter acordada até à meia-noite. Já no Africa Race a passagem de Ano era feita ao final da segunda ou terceira etapa e portanto o cansaço era de tal forma grande que me obrigava a ir para a cama cedo.
No dia seguinte ouvia os comentários e toda a gente lamentava o facto de não ter conseguido dormir porque cada equipa, muitas oriundas de várias regiões do mundo, ia festejando a meia-noite à sua hora. Desta forma, havia no acampamento várias passagens de ano o que transtornava e acordava muita gente que não conseguia dormir. Da minha parte sempre dormi muito bem na noite da passagem de ano e não havia foguetes nem festa que me acordassem.
Este ano pela primeira vez passamos o dia 1 no barco e ontem sem grande festa, mas num agradável convívio com os outros portugueses, fomos fazendo os nossos votos. Nos meus confesso que entrou o desejo de fazer um bom rali e ter uma boa classificação.
O dia 1 é passado com muita tranquilidade. E essa é talvez a melhor forma de começar um ano. Tivemos um briefing logo de manhã cedo e agora aproveito para ler o regulamento e algumas instruções dadas pela organização do rali. Aproveito ainda para refletir um bocadinho sobre o que nos espera e sobre a dureza das etapas. Faço os meus planos e vou organizando a minha cabeça. O tempo vai passando tranquilamente e amanhã de madrugada vamos desembarcar muito cedo e quando menos esperar já estou dentro do camião a acelerar pelo deserto fora.
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